Cartão de crédito - Quitar a dívida do cartão pagando valor mínimo é praticamente impossível
Pagando o valor mínimo da fatura do cartão de crédito, você
dificilmente conseguirá zerá-la. Procedendo desta forma, ainda acabará gastando
uma quantia absurda em juros. A constatação parece óbvia, mas então como
explicar que boa parte dos consumidores continue adotando esta prática?
Muitas vezes, esta é uma situação temporária, que reflete o acúmulo de gastos em
uma determinada época do ano, ou uma emergência financeira qualquer. O problema
surge quando isso vira hábito. Por mais que, eventualmente, você consiga zerar a
sua fatura pagando apenas o valor mínimo exigido, isso irá lhe custar muito
caro.
Maioria não consegue evitar novos gastos
Na prática, contudo, zerar a fatura do cartão de crédito pagando apenas o seu
valor mínimo é praticamente impossível. A razão para isso é bastante simples:
quase ninguém consegue evitar novas compras durante o período em que está
tentando quitar a dívida, o que só serve para aumentar o valor mínimo da fatura,
e tornar ainda mais difícil quitar o saldo devedor.
Vejamos, por exemplo, o caso de uma pessoa que deve R$ 5 mil no cartão de
crédito. Se considerarmos que no momento a taxa média cobrada pelos cartões é de
10% ao mês, não é difícil constatar que pagando menos do que 10% ao mês, você
nunca conseguirá zerar a sua dívida, pelo menos não no decorrer da sua vida.
Vamos assumir que, apesar do saldo baixar todos os meses, você pagará a mesma
parcela da fatura: de 15%. Neste caso, depois de 57 meses, a sua fatura teria um
valor inferior a R$ 100, quantia que, consideramos, poderia ser facilmente
quitada. Em outras palavras, após quase cinco anos você conseguiria quitar a sua
dívida.
Mas, para isso teria gastado o equivalente a R$ 11,3 mil. Esta quantia resulta
da soma dos valores gastos com o pagamento do valor mínimo da fatura: mais que o
dobro do que estava devendo inicialmente!
O grande problema é que não existe ninguém perseverante o suficiente para ficar
tanto tempo sem gastar no cartão. De forma que o cenário mais realista é aquele
em que são efetuados gastos esporádicos, o que dificultaria ainda mais a
quitação da dívida. A título de ilustração, basta assumir, no exemplo acima, um
gasto mensal de R$ 100 no cartão que, após os mesmos 57 meses, o seu saldo
devedor ainda seria de cerca de R$ 1,6 mil! Em outras palavras, mesmo após tanto
tempo, você ainda teria quase um terço do saldo devedor para quitar.
Encargos podem aumentar
Quitar uma dívida pagando somente o valor mínimo exige mais do que a maioria das
pessoas imagina. Não bastasse a dificuldade de evitar novos gastos,
eventualmente você corre o risco da administradora considerar que, pelo fato de
nunca arcar integralmente com o valor da fatura, o seu perfil de crédito mudou.
Caso isso aconteça, é possível que venha a rever as taxas que está cobrando no
seu cartão de crédito. Por ser considerado um consumidor de maior risco, você
pode ter que pagar taxas mais elevadas que as normalmente cobradas. Em alguns
casos, a taxa cobrada pela operadora pode chegar a 15%. Quitar sua dívida com
este tipo de encargo financeiro seria ainda mais difícil, pois como mencionamos
acima, isso implicaria em efetuar um pagamento mínimo superior a 15%.
A saída, portanto, para quem está endividado no cartão, é fazer um esforço
financeiro extra. Corte tudo o que pode do orçamento, e tente identificar uma
quantia fixa que possa dispor para pagar a dívida o mais rápido possível.
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