Os jovens brasileiros demoram cada vez mais para sair da casa dos
pais. Mas, ao mesmo tempo, eles ingressam no mercado de trabalho e começam a
ganhar o próprio dinheiro, situação inusitada para muitas famílias. Como
organizar as finanças a partir dessa nova realidade?
De acordo com o consultor e professor de Finanças da FIAP, Marcos
Crivelaro, tudo isso vai depender da condição financeira da família. “Quando
precisa de dinheiro, existe até uma contagem regressiva para o filho entrar no
mercado de trabalho”.
O educador financeiro Álvaro Modernell concorda: “A hora que a família
precisa, todo mundo tem de ajudar”.
E se não precisa?
Porém, existem casos em que o dinheiro do jovem não é necessário para o
sustento da família e, então, o que deve ser feito?
Em primeiro lugar, Modernell afirmou que os pais devem ajudar neste momento
de transição da vida do filho, deixando que ele veja o lado bom do trabalho –
que é poder ter um salário para fazer o que deseja -, mas promovendo a educação
financeira. “O trabalho não deve ser visto como um castigo, para que o jovem
tenha prazer em ter dinheiro disponível”.
Aos poucos, os pais devem deixar com que os filhos tenham responsabilidade
por suas despesas, como roupas novas, conta do celular, entre outras. Mas de
forma a não prejudicar os estudos e que os jovens possam investir em
capacitação. “O jovem não pode deixar de estudar ou aceitar um emprego só pelo
salário. Se a família pode bancar para que ele realize seu sonho, que continue”.
Educação financeira
É difícil controlar os impulsos assim que se recebe o primeiro salário. Pelo
menos a quem não tem tantas obrigações financeiras, é comum comprar aquilo que
deseja. Entretanto, de acordo com os entrevistados, é neste momento que os pais
e os filhos devem se atentar a alguns conceitos de educação financeira, para não
cair em armadilhas nem ficar no vermelho:
- Não use crédito para consumo: logo quando recebe o primeiro salário, o
jovem já terá a sua disposição o crédito, mas é preciso analisar que o
emprego pode não durar para sempre!
- Crie uma reserva de emergência: planeje guardar uma quantidade desde o
primeiro salário que receber, garantia de tranquilidade financeira no
futuro.
- Valorize o próprio dinheiro: pesquise antes de fazer uma compra e faça
as escolhas que realmente valham a pena.
- Comece a pensar em investir: que sejam R$ 20 ou R$ 30 por mês, quantia
que pode fazer a diferença lá na frente.