De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getúlio
Vargas, a cada R$ 100 que o brasileiro ganha, R$ 10 são destinados aos gastos
com saúde e cuidados pessoais, o que inclui remédios.
E por conta deste grande peso no orçamento, qualquer economia é bem-vinda. No
entanto, em se tratando de remédios, toda cautela é necessária, já que qualquer
erro pode comprometer a saúde dos consumidores.
Medicamentos similares
De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Ética
Concorrencial (Etco), 21% dos medicamentos são trocados ilegalmente por
similares. Quando estimulada no balcão, as trocas podem chegar a até 40%.
Conforme explica o presidente do Etco, André Montoro Filho, muitos balconistas
de farmácias recebem bonificações dos laboratórios para oferecer os similares,
cujos preços são infinitamente menores, por conta da má qualidade.
"Já detectamos casos em que um remédio custava R$ 16, o genérico R$ 9 e o
similar, R$ 1,99, o que não dá nem para cobrir as despesas de fabricação",
afirma o presidente do Etco.
Atenção consumidor
Além de não fazer o efeito desejado, os medicamentos similares podem trazer
prejuízos financeiros (já que será preciso voltar ao médico e/ou comprar novos
remédios) e à saúde dos consumidores, até mesmo infecções.
"Muitas destas empresas são informais, não pagam impostos, e produzem os
medicamentos de forma inadequada, sem se preocupar com as normas de segurança",
diz Montoro Filho.
Ainda segundo ele, muitas vezes o consumidor não percebe a troca, já que as
embalagens dos similares são bastante parecidas com a dos remédios comuns.
Genéricos
Por fim, o presidente do Etco aponta que a única troca que os farmacêuticos
(e não balconistas) podem sugerir aos consumidores é pelos medicamentos
genéricos oficiais, que possuem o mesmo princípio ativo, dosagem e efeito dos
remédios de referência.