Carreira / Emprego - Equipe de conselheiros precisa de talentos diferenciados
"Atualmente, no Brasil, as empresas raramente têm a preocupação de compor o seu
quadro de conselheiros com um mix adequado de talentos. Porém, investir nessa
composição mais robusta garante resultados reais para as companhias". Essa foi
uma das principais conclusões do sócio-diretor da Korn/Ferry, Paulo Amorim,
sobre o "34º Annual Board of Directors Study".
A pesquisa foi baseada nas respostas de 800 diretores de grandes organizações da
Ásia, Europa e América do Norte e também na análise quantitativa do banco de
informações concedidas por 891 empresas das mil listadas no ranking da Fortune.
Gestão de risco
O estudo também constatou que a questão de agregar um executivo que seja
diretamente responsável pela gestão de risco das companhias, embora seja
embrionária, torna-se cada vez mais importante, quando analisamos a atual
dinâmica competitiva e as movimentações da economia mundial. No Brasil, este
profissional ainda está mais ligado ao operacional ou atua cuidando de empresas
que tenham riscos mais diretamente envolvidos na operação, como as indústrias
químicas, entretanto isto está mudando.
"Percebemos, cada vez mais, a necessidade do executivo capaz de antecipar riscos
e soluções, meios de prevenção, para mitigar riscos dentro de uma operação,
sejam eles de qualquer natureza, inclusive considerando seu próprio risco
profissional em uma empresa. Isso também impacta nas empresas nacionais, embora
não tenhamos cultura ou estrutura adequadas nesse sentido", afirma Amorim.
Segundo dados da Korn/Ferry especialmente em tempos de crise, ter um executivo
com esta visão holística e diferenciada integrando o quadro de conselheiros pode
ser um dos fatores mais determinantes para o sucesso e continuidade de uma
companhia no mercado.
Mudanças
Num panorama mundial, os executivos entrevistados apontaram algumas mudanças
significativas que estão acontecendo nos conselhos administrativos:
- Os executivos estão atuando em menos conselhos, porém com mais horas de
dedicação a cada um deles;
- O tamanho dos conselhos tem diminuído consideravelmente, chegando hoje a
uma média de 10 diretores;
- As pressões relacionadas às finanças e aos novos marcos regulatórios têm
inibido um trabalho mais estratégico por parte dos conselheiros;
- Embora a participação de mulheres esteja aumentando nesse setor, ainda
não há equivalência quando se considera o volume desta participação;
- Conselheiros se sentem mais confortáveis com a ideia de serem avaliados
por seu desempenho individual e também pelos resultados de todo o conselho
da empresa;
- Questões relacionadas à sucessão executiva e à remuneração continuam
entre as principais preocupações.
"O que se percebe claramente é que os parâmetros estão mudando. Em alguns países
mais rapidamente do que aqui no Brasil, mas a alteração do quadro é
irreversível", esclarece Amorim.
No Brasil
Na avaliação da consultoria, há uma necessidade imediata das companhias
brasileiras repensarem na estrutura de seus conselhos, provocando mudanças
diretas no atual modelo praticado no País.
"Ainda é comum encontrar empresas onde seus conselhos não têm interferência
prática no direcionamento estratégico ou gerenciamento de risco das companhias
ou que apenas familiares integram o quadro. Esta postura não funciona mais nesse
novo cenário econômico mundial. O caminho do sucesso é, sem sombra de dúvidas, a
mudança", finaliza Amorim.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Luana Cristina de Lima Magalhães
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