Muitas pessoas podem se perguntar porque iniciar um plano de previdência
complementar se já contribuem mensalmente para o INSS. Em primeiro lugar, é
preciso ressaltar que a previdência pública está em crise não apenas no Brasil,
mas em todo o mundo.
Para tentar colocar as contas em equilíbrio, os países adotam uma série de
medidas que normalmente são desfavoráveis aos participantes. Elas visam retardar
a concessão da aposentadoria (um exemplo é a ampliação da idade mínima de
aposentadoria no Brasil com a reforma da Previdência em 1999) ou reduzir o valor
do benefício a ser recebido no futuro. Assim, os participantes contribuem por
mais tempo e recebem menos. Na Inglaterra, por exemplo, a idade mínima já chega
a 67 anos, para ambos os sexos. No Brasil os limites são 53 anos para homens e
48 mulheres, com tempo de contribuição mínimo de 35 anos para homens e 30 para
mulheres.
Além disso, a reforma da previdência limitou em até dez salários mínimos o
teto de aposentadoria e existem discussões sobre uma nova alteração nos
benefícios oficiais, com o objetivo de reduzir o rombo da previdência
brasileira. Assim, cada vez mais as pessoas começam a cuidar de seu próprio
futuro, iniciando os planos de previdência privada. E, como a expectativa de
vida do brasileiro está cada vez maior, é preciso saber qual plano de
previdência que melhor se adapta às suas necessidades para não ter de depender
de uma renda muito baixa no final da sua vida.
O déficit da Previdência Social deve ter atingido R$ 38 bilhões em 2005 e
demanda uma nova reforma nas atuais regras, para reduzir esse rombo. Até agora,
nenhuma das medidas adotadas surtiu resultado. Por isso, os especialistas não
descartam novas alterações na idade mínima para a aposentadoria, aumento da
rigidez das regras para a concessão do benefício ou até mesmo redução do teto
dos recebimentos.
Atualmente, com a adoção desde 1999 do fator previdenciário, a renda do
segurado já é substancialmente achatada. A aposentadoria é apurada pela média
dos salários de contribuição registrados em nome do trabalhador desde 1994.
Sobre essa média aplica-se o fator previdenciário. Para um homem com 35 anos de
contribuição e 55 anos, que sempre contribuiu pelo teto de recolhimento da
Previdência Social, hoje de R$ 2.668,15, o fator previdenciário reduzirá a renda
inicial para cerca de R$ 1,97 mil, ou seja, uma perda de mais de 26% sobre o
teto de aposentadoria.
O ideal é o participante iniciar o mais cedo possível uma poupança e garantir
o futuro com um plano de previdência complementar que aumente a sua renda na
aposentadoria ou compense o maior período que o trabalhador terá de aguardar
para se aposentar. Assim, terá mais chances de manter seu padrão de vida após o
início da aposentadoria .