Investimentos / Fundos - Quais são os investimentos que podem oferecer uma boa renda no futuro? 

Quando o assunto é garantir uma renda no futuro e o tão merecido descanso, depois de anos interruptos de trabalho, os planos de previdência complementar são a opção de investimento mais utilizada. Porém, essa não é a única forma de aplicar dinheiro visando uma renda futura.

De acordo com o professor de Finanças do Ibmec São Paulo, Ricardo Humberto Rocha, há dois caminhos alternativos, além dos planos de previdência, que podem proporcionar uma boa rentabilidade futura: os investimentos diretos, por meio de renda fixa e renda variável, e os imóveis para aluguéis.

Como investir?
O professor afirma que antes de começar a investir, com o intuito de garantir uma renda futura, tanto em imóveis quanto em ações, a pessoa precisa encontrar as respostas para algumas indagações.

"Quando eu tiver 65 anos. Quanto eu gostaria de ter acumulado? Ao sacar uma determinada quantia todos os meses, por quanto tempo eu terei essa renda?"

Outro fato que precisa ser considerado é manter uma disciplina para poupar e não recorrer ao uso desse dinheiro a curto prazo para o consumo, como por exemplo, retirar parte do investimento para comprar um automóvel.

Já para o professor de Economia da Trevisan Escola Negócios, Pedro Vartanian, o investimento ideal para uma boa renda futura está diretamente relacionado à idade.

"Se a pessoa for mais jovem, o conselho é investir a maior parte dos recursos em ações. Entretanto, se a pessoa tiver uma idade mais avançada, a aplicação em CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) pode ser mais vantajosa, por oferecer um retorno próximo da taxa Selic, além de seguir a tabela regressiva do Imposto de Renda".

Ações
Rocha indica que para aqueles investidores que pretendem aplicar dinheiro em ações é necessário ter conhecimentos básicos de mercado, como, o que é uma ação? Quais são os tipos de ações disponíveis na bolsa de valores?

Além disso, o investidor precisa escolher o setor que ele considera importante e que tem interesse, por exemplo, ações do setor siderúrgico, petrolífero, ações de instituições financeiras, entre outras.

"Para aquela pessoa que está disposta a investir entre R$ 2 e R$ 3 mil, por mês, será necessário pelo menos uns 10 anos, para que a sua carteira de ações seja significativa, ou seja, que garanta uma boa renda", ressalta o professor.

Vartanian alerta que a desvantagem para quem investe em ações é a alta volatividade .

"Quem tinha ações em 2008 perdeu 50% do seu patrimônio. É claro que o investidor que fez aplicações em ações, ao longo prazo, com o objetivo de ter uma boa renda, não vai retirar todo o seu investimento de uma só vez, mas, ele precisa estar preparado para as possíveis perdas de patrimônio", revela Vartanian.

Renda Fixa x Renda Variável
Rocha destaca que, na hora de investir em renda fixa ou em renda variável, há alguns pontos que não podem ser esquecidos:

• Renda Fixa - Antes de investir em renda fixa, a pessoa precisa saber se irá investir em títulos públicos ou em títulos privados. Se a opção for os títulos privados, é preciso avaliar o risco desse rendimento, verificando, por exemplo, a liquidez do título, a capacidade que um título tem de ser convertido em moeda; e o rating da empresa.
  
  "Quando o objetivo for ter uma boa renda futura, é aconselhável que o investidor compre títulos de renda fixa, pós-fixados, que ofereçam juros mais o IPCA";
  
  Um exemplo desses tipos de títulos pós-fixados é o NTN-B(Nota do Tesouro Nacional - Série B).
   
• Renda Variável - Não existe uma porcentagem perfeita para alocar os investimentos em renda variável, mas, de acordo com o perfil do investidor é possível determinar uma porcentagem aproximada.
  
  "Não existe uma receita de bolo ideal, mas, nas fases da vida em que o investidor pode poupar mais, geralmente, pessoas solteiras, que residem com os pais, é recomendável que ele destine 25% do seu investimento em renda variável e o restante em renda fixa. Já para aqueles investidores que estão em outra fase da vida, ou seja, são casados, tem filhos, a dica é investir entre 85 e 90% em renda fixa e o restante em renda variável", ressalta Rocha.
  
  O professor aconselha também que ao investir em ações, prefira as ações que oferecem pagamentos de dividendos.
  
  Na opinião de Vartanian, os investidores devem preferencialmente, escolher ações de empresas de primeira linha, além de diversificar os investimentos.
  
  "O investidor não deve concentrar as suas aplicações em ações de um único setor, mas sim,diversificar. Além disso, escolher empresas que são boas pagadoras de dividendos é fundamental", finaliza Vartanian.

Imóveis
Na hora de investir em imóveis também é preciso ter o conhecimento de alguns aspectos do setor.

Para o professor Vartanian o investidor deve estar consciente que os imóveis possuem um custo de manutenção e, sobretudo, falta de liquidez, ou seja, o investidor pode ficar muito tempo sem vender ou alugar o seu empreendimento.