Saúde - Clínicas de estética: Cuidado com clínicas de estética e emagrecimento
Cuidado com
clínicas de estética e emagrecimento
Confira os cuidados que a Fundação Procon-SP
recomenda antes de contratar os serviços de uma clínica de tratamento estético
ou emagrecimento
A técnica da área de saúde da Fundação Procon-SP - órgão de defesa do consumidor
vinculado ao governo estadual - , Hilma Araújo dos Santos, dá um série de dicas
ao consumidor que pretende contratar um tratamento estético ou de emagrecimento.
Veja abaixo os cuidados que o consumidor deve tomar antes e depois de contratar
este serviço:
O consumidor deve ter certeza de que ao realizar o tratamento será oferecida
avaliação e acompanhamento médico. Apenas um médico pode aconselhar e orientar
quando à eficácia e desenvolvimento do tratamento. O médico é o único
profissional capaz de avaliar se a pessoa pode ou não realizar um tratamento de
emagrecimento, por exemplo. Emagrecer demais em pouco tempo pode colocar a vida
do consumidor em risco.
Antes de assinar o contrato, o consumidor deve conferir quais serão os
métodos e aparelhos utilizados pela clínica. O consumidor deve estar ciente dos
efeitos colaterais e possíveis riscos para a saúde, principalmente daqueles que
possuem problemas, como alergia, diabetes e problemas cardíacos.
O consumidor deve sempre realizar uma visita prévia às dependências da
clínica de sua preferência para verificar as condições de higiene e dos
aparelhos que serão utilizados no tratamento. O consumidor deve checar se o
estabelecimento utiliza materiais descartáveis para uso pessoal, como seringas e
agulhas, e esteriliza os objetos de uso coletivo, como toalhas.
O contrato deve ser claro e trazer todas as informações sobre os passos do
tratamento. Caso o consumidor não concorde ou queria incluir alguma cláusula no
contrato, ele deve exigir uma correção no contrato. Se a empresa não realizar a
correção, o consumidor não deve assinar o contrato, pois a empresa pode ter
algum problema.
O consumidor deve verificar qual o preço total do tratamento e o preço de
cada sessão. Caso o consumidor queira reincidir o contrato, precisa saber qual o
valor de cada sessão para ser ressarcido pela clínica. De acordo com o
Procon-SP, está no Código de Defesa do Consumidor (CDC) o direito do consumidor
receber de volta o dinheiro das sessões não realizadas.
Os prazos de resultado do tratamento também devem ser verificados. O
consumidor deve saber quais serão as datas de início e término do tratamento e
também do prazo para que apareçam os primeiros resultados e a quantidade de
sessões necessárias para finalizar o tratamento estético ou de emagrecimento.
Antes de iniciar o tratamento, o consumidor deve verificar se a agenda da
clínica tem horários disponíveis para o seu tratamento. Isso porque a agenda
lotada pode significar um tratamento mal feito, pois as sessões do tratamento
podem não ser feitas no ritmo necessário e, conseqüentemente, sem o efeito
desejado pelo paciente.
O consumidor deve tomar cuidado com as dietas alimentares propostas pelas
clínicas durante o tratamento estético. As clínicas costumam alegar que o
consumidor não atingiu o resultado do tratamento porque não seguiu a dieta
proposta. O consumidor deve consultas um médico especializado para realizar uma
dieta alimentar para não prejudicar a saúde.
Nos tratamentos de emagrecimento ou redução de medidas, o consumidor deve
exigir uma cópia das fichas de controle de peso e medidas.
Contratos apresentam problemas
Os contratos de prestação de serviço de clínicas de emagrecimento e estética
muitas vezes apresentam cláusulas abusivas, publicidade enganosa e
qualidade dos serviços e produtos oferecidos. Estes problemas estão sendo
registrados pela Fundação Procon-SP - órgão de defesa do consumidor vinculado ao
governo estadual. Os números de reclamações contra este serviço vêm crescendo
nos últimos dois anos.
A técnica da área de saúde do Procon-SP, Hilma Araújo dos Santos, afirma que a
maioria das propagandas realizadas por estas empresas mostra pessoas ou modelos
que conseguem resultados milagrosos de perda de peso e de melhora da pele, por
exemplo. "Muitas dessas promessas são impossíveis, enganosas. Isso porque as
pessoas possuem organismos diferentes e têm diferentes reações aos tratamentos.
A publicidade precisa ser mais honesta", alerta Hilma.
Os contratos também apresentam uma série de problemas como: cláusulas abusivas,
não devolução do preço inicial em caso de desistência e a falta de informação
sobre o serviço. O contrato deve ser claro e incluir todas as informações que
foram combinadas verbalmente. "O consumidor deve guardar todo o material
publicitário, pois ele faz parte dos dispositivos contratuais", avisa a técnica
do Procon-SP.
Contrato
O contrato deve trazer entre suas cláusulas o número de sessões contratadas, o
preço total do tratamento estético, e o valor de cada sessão em separado, as
formas de agendamento da sessão, o período do tratamento (data de início e
término), os equipamentos que serão utilizados no tratamento, os produtos e
profissionais envolvidos na prestação do serviço.
Hilma recomenda ao consumidor procurar uma clínica de confiança, apresentada por
amigos ou parentes, pois além de proporcionar o resultado esperado, o tratamento
de baixa qualidade pode prejudicar a saúde. "As clínicas devem realizar uma
avaliação médica antes do início do tratamento. O consumidor deve ter um
acompanhamento clínico durante todas as sessões do tratamento para evitar
prejuízos à saúde", alerta a técnica do Procon-SP. O consumidor pode consultar
também o Cadastro de Reclamações Fundamentadas do Procon-SP pelo telefone
3824-0446 para verificar se a empresa não possui nenhuma reclamação registrada.
Outro problema enfrentado pelo consumidor é quanto à falta de qualidade e
eficácia dos serviços prestados. Hilma afirma que muitos consumidores não ficam
satisfeitos com os serviços prestados e questionam a publicidade veiculada pelas
clínicas. "O consumidor reclama que os resultados obtidos não são satisfatórios
e as clínicas alegam que o cliente não seguiu todas as determinações
corretamente", explica a técnica do Procon-SP.
Número de queixas no Procon está crescendo
O número de reclamações contra as clínicas de tratamento estético ou de
emagrecimento cresceu nos últimos dois anos. De 1999 para 2000 o número de
reclamações cresceu 170%. Em 1999, o Procon-SP registrou 123 consultas e 23
reclamações. Já no ano passado, o órgão recebeu 352 consultas e 62 reclamações
contra clínicas do setor. Em 2001, entre janeiro e junho, os consumidores
registraram 92 consultas e 22 reclamações.
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