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Carreira / Emprego - Carreiras: afastamento para ter filhos deve ser encarado com naturalidade 

Data: 11/10/2011

 
 
Para muitas mulheres, o momento de afastar-se da empresa para ter um filho é também um momento de preocupação, sobretudo pela possibilidade de perda de espaço no mercado corporativo. A falta de contato com o mercado e o tempo desconectado do mundo corporativo colocam muitas mulheres em situação de dúvida. Para a gerente-geral da empresa de recursos humanos e carreiras, Right Management no Brasil, Elaine Saad, esse momento se configura de acordo com a posição estratégica e hierárquica que as mulheres ocupam na empresa.

“Se é uma executiva, gerente ou diretora, essa profissional já se programa para não ficar distante da realidade da empresa. Por estarem em uma posição estratégica, muitas vezes preparam alguém para sua posição e organizam seu período de afastamento”, explica Elaine. A consultora acrescenta que as gestantes de cargos mais operacionais acabam tendo uma situação diferente. “Normalmente, em cargos mais operacionais, o aviso é direto ao RH e a empresa apenas substitui a funcionária, sem um planejamento mais específico”, destaca.

O proprietário da MQS Consultoria e Treinamento Empresarial, Paulo Queija, sugere que as mulheres usem o tempo de afastamento para se manterem atualizadas. “Podem optar pela leitura, cursos online, cursos presenciais ou aulas de idiomas. Podem ainda se conectar a redes sociais e atualizar o networking. Desta forma, o tempo de licença pode até agregar conhecimento, e as mulheres podem retornar ao mercado sem enfrentar tantos problemas”, destaca.

Queija acrescenta que a comunicação com a empresa é fundamental para determinar como se dará o futuro da gestante após seu retorno. “Há casos de profissionais que saíram e, por sua experiência e conhecimento, passaram até dois anos se dedicando à criação do filho, mas voltaram numa situação muito parecida com a que tinham antes de serem mães. Há ainda quem tenha negociado com a própria empresa onde trabalha, continuando a atuação em casa depois que o tempo de licença terminou”, relata.

Recolocação
Muitas gestantes preferem, no entanto, se desligar da empresa para se dedicar com mais atenção ao filho. Nessas situações, em que as profissionais buscam recolocação, e contarão com um período “vazio” no currículo (correspondente ao período de afastamento), a orientação dos consultores é abordar a gravidez como uma situação normal.

Elaine Saad diz que a decisão de se afastar para cuidar do filho deve ser encarada como uma escolha feita pela profissional, sem a criação de pretextos, histórias ou justificativas. “Não existe nada mais adequado do que a verbalização da verdade absoluta. Ao buscar uma nova colocação, ela deve comunicar ao recrutador ou empresa sua decisão de se afastar para não prejudicar sua antiga empresa ou simplesmente sua opção pela dedicação integral à maternidade”, aconselha.

Queija acrescenta que não será apenas o período de seis meses ou até um ano fora do mercado que vai inviabilizar ou impedir a recolocação da profissional no mercado. “Também por isso a necessidade de que as trabalhadoras se mantenham informadas, atualizadas, com cursos e contatos. É importante mostrar que esse período não foi apenas um vazio no currículo, mas uma escolha fundamentada e planejada”, aponta.

Elaine acrescenta que as competências e qualidades de cada profissional serão avaliadas na hora da recolocação, ainda que a profissional tenha ficado afastada por algum tempo. Na avaliação da consultora, a resistência de algumas empresas à gravidez é cada vez menor. “O assunto é tratado de forma muito mais aberta, então as mulheres também não se colocam em uma posição de inferioridade. A maternidade é parte da vida delas, e deve ser assimilada dentro do planejamento profissional e empresarial”, alerta.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Equipe InfoMoney
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