A resistência à mudança é parte da personalidade de muitas pessoas. No
mercado de trabalho, essa característica pode custar muito e implicar em
consequências negativas para a carreira. Diferente do que muitos temem, mudanças
não são necessariamente ruins. Ao contrário, é possível aproveitar esses
momentos para crescer e se dar bem.
No universo corporativo, mudanças são comuns e constantes. Contribuem para
que elas ocorram as mudanças na economia, no comportamento das pessoas e na
própria estrutura das empresas. Para a headhunter Ariadne Tomczak, da De Bernt
Entschev Human Capital, os profissionais que torcem o nariz quando a empresa
adota novos rumos esquecem que, em meio à poeira da mudança, é possível abraçar
novas oportunidades.
Mas só consegue enxergar isso quem está preparado. “É preciso mostrar
competências ao longo da carreira para, quando a oportunidade aparecer, esse
profissional conseguir sustentá-la”, afirma a especialista. Por isso, manter-se
atualizado sempre, buscar novas experiências e informações é o primeiro passo
para conseguir ver o que outros não veem.
Quem tem dificuldade de se adaptar aos novos processos perde também em
produtividade. “Quanto mais resistência você tiver, mais dificuldades você terá
em lidar com as situações. Ser mais flexível ajuda a compreender e visualizar
oportunidades”, afirma.
Esses processos de mudança, segundo Ariadne, devem sempre ser explicados aos
colaboradores. Quando é mostrado os passos do processo, diminui-se a ansiedade
dos profissionais, a fofoca e a sensação de insegurança.
Mudanças
Excluindo mudanças estruturais, como em casos de fusões ou mesmo fechamento
ou ampliação da empresa, existem casos que são bem comuns nas empresas e que,
por meio deles, os profissionais conseguem crescer. A headhunter explica como:
Local - Mudanças físicas, de escritório, de cidade, de país, exigem
grande esforço por parte dos colaboradores da empresa no sentido de se adaptar
ao novo espaço. Essa, na avaliação de Ariadne, é a mudança mais fácil de se
lidar.
Nesses casos, é possível galgar oportunidades simples, que podem contribuir
para um melhor desempenho. “Essa pode ser a oportunidade de o profissional sair
do lado daquele colega que ele atrapalha, por exemplo”. Sem contar que, novos
ares passam a sensação de mudanças positivas para os profissionais, o que eleva
as perspectivas de crescimento.
Liderança - Mudanças de gestores são mais complicadas de assimilar,
tanto para os profissionais como para o novo líder. Isso porque, quando não se
conhece quem entra, é difícil ganhar plena segurança. “As pessoas ficam ansiosas
e criam expectativas”, afirma Ariadne. Nessa situação, tente manter o
equilíbrio, procure conhecer o novo chefe e contribua para que ele se sinta bem.
Dessa forma, dentro dos limites do bom senso, é possível ser levado em conta
pelo novo líder em novos projetos. “O profissional tem de mostrar
receptividade”, afirma a headhunter.
Equipe - Quando entram e saem colegas, a sensação de segurança de quem
fica pode ficar afetada. Quem consegue assimilar essas mudanças, no entanto, tem
mais facilidade de compreender que o mercado está cada vez mais volátil e essa
rotatividade é cada vez mais comum.
Essa mudança, na avaliação da especialista, acaba sendo a mais importante no
sentido de gerar oportunidades. “Quando o profissional entende o todo do
processo, ele aproveita esse momento para se colocar à disposição para fazer
algo novo”, afirma. Esse é o momento de mudar de área, assumir novas
responsabilidades e mostrar que pode fazer diferente.