Carreira / Emprego - Vida moderna: quase metade dos profissionais estão acima do peso
Enquanto 33,7% dos trabalhadores da indústria no estado de São Paulo estão
com sobrepeso, outros 7,9% já atingiram níveis de obesidade. Com a somatória
entre os dois grupos, chega-se à conclusão de que mais de 40% dos profissionais
do setor estão com excesso de peso.
Os homens são os mais atingidos pelo problema: 38,4% estão com sobrepeso, ao
passo que 8,7% são obesos. Entre as mulheres, esses percentuais são de 23,6% e
6,3%, respectivamente.
O resultado integra a pesquisa "Estilos de vida e hábitos de lazer do
trabalhador da indústria", realizada pelo Sesi e coordenada pelo professor
Markus Nahas, do Núcleo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde da UFSC
(Universidade Federal de Santa Catarina).
O estudo aponta que os indivíduos do sexo masculino, de meia idade e renda
mensal superior a R$ 1,5 mil formam o grupo mais exposto à ocorrência de excesso
de peso.
São Paulo tem maior índice de massa corpórea
Na análise por regiões, São Paulo se destaca: é o estado com o maior número de
pessoas com IMC (índice de massa corpórea) superior a 25, o que caracteriza
excesso de peso: 41,6% da população industrial do estado encontra-se nessa
condição.
Para o autor do estudo, o estilo de vida é um dos fatores determinantes para a
qualidade de vida das pessoas.
"A qualidade de vida do trabalhador é uma associação. Envolve tanto o estilo de
vida que se leva, o que inclui alimentação, prática de atividades físicas,
controle do estresse, os relacionamentos no dia-a-dia e a adoção de um
comportamento preventivo em relação às doenças, quanto às condições do ambiente
em que se vive e do trabalho, perpassando aspectos como a realização
profissional, remuneração, benefícios e a relevância social do trabalho",
explica Nahas.
Lazer pouco revigorante
Momentos que deveriam proporcionar descanso, entretenimento e desaceleração das
atividades funcionais nem sempre atingem tais objetivos, revelou também a
pesquisa do Sesi. Entre os industriários paulistas, a percepção de bem-estar é
maior em casa (89,5%) e no trabalho (83,6%) do que nas horas de lazer (65,2%).
As mulheres de meia-idade formam o grupo que menos pratica atividades físicas em
momentos de lazer (58%). No geral, a inatividade física nas horas livres é uma
constante entre os trabalhadores na indústria: 43% não desenvolvem nenhuma
prática e 38,9% realizam-nas esporadicamente.
Apenas 18% dos funcionários ouvidos pelo estudo afirmam manter práticas
regulares. São Paulo é destaque negativo mais uma vez: trata-se do estado
brasileiro que apresenta menor índice de inatividade física no lazer, com 43,1%.
"A inatividade física, a alimentação inadequada e o tabagismo estão entre os
fatores responsáveis por dois terços das mortes provocadas por doenças que podem
ser prevenidas", explica Nahas.
A responsabilidade é de cada um
Na opinião do presidente da ABQV (Associação Brasileira de Qualidade de Vida),
Alberto Ogata, melhorar as condições de saúde em prol do bem-estar no dia-a-dia
deve ser responsabilidade de cada um, independentemente de programas oferecidos
pela empresa ou de receitas médicas. "O indivíduo é o maior responsável pela sua
qualidade de vida. Não se pode nem se deve delegá-la a outros, pois é pautada
pelas ações e atitudes cotidianas".
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