João trabalha na mesma empresa há anos, nunca mudou de cargo, mas está
contente com a função que exerce, com o salário que recebe e não tem nenhuma
pretensão de assumir novas responsabilidades, ou de procurar uma nova colocação
no mercado. João pode ser considerado uma pessoa feliz? Sim, mas também poder
ser que João seja acomodado.
De acordo com as especialistas ouvidas pelo Portal InfoMoney, a headhunter da
De Bernt Entschev Human Capital, Cristina Reininger; e a consultora de
Outplacement da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Maria Helena Mazari, a falta de
inovação e a não preocupação em aparecer, por exemplo, podem ser indicativos de
acomodação.
“A pessoa começa a achar que tudo faz parte da rotina e passa a não trazer
soluções para a empresa. Ela não inova e não se preocupa em aparecer, em fazer
mais, em dar sugestões”, diz Cristina.
Sem promoções
Outros indícios de que o profissional pode estar acomodado são não ser
chamado para novos projetos na empresa e não ser agraciado por promoções,
especialmente quando colegas na mesma função, com menos tempo de empresa,
conseguem evoluir dentro da companhia.
“Este é um sinal, entre outras coisas, de que a pessoa tem baixa
produtividade, não procura melhorar as dificuldades apontadas, não se recicla, é
sem energia”, explica Maria Helena.
Impactos
Ainda de acordo com as especialistas, a acomodação pode levar à estagnação
da carreira e até à demissão, já que o profissional não acompanha o
desenvolvimento da equipe e da empresa como um todo.
Além disso, pessoas que costumam apresentar acomodação na vida profissional
costumam não se atualizar, o que pode dificultar uma possível busca de
recolocação no mercado de trabalho.
Por outro lado, ao perceber que está acomodado, o profissional pode tentar
reverter a situação, procurando se atualizar, sanar possíveis “gaps”, sendo mais
participativo e até procurando a ajuda de profissionais mais experientes, como
um mentor, ou mesmo o líder ou o RH (Recursos Humanos) da empresa.