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Finanças pessoais - Divórcios crescem no Brasil: como lidar com o impacto no orçamento após a separação? 

Data: 27/12/2007

 
 

Segundo o instituto, o resultado revela uma mudança no comportamento da sociedade brasileira, que passou a aceitar o divórcio com maior naturalidade. No entanto, não dá para negar que o fim do relacionamento acarreta um abalo emocional, familiar e financeiro. Contar com parentes e amigos para suprir o impacto emocional é fundamental nessa hora, mas como lidar com o impacto em seu orçamento?

Falar é fundamental
Fazer contas, analisar orçamento e patrimônio não são tarefas que a maioria de nós aprecia, mas esse exercício é ainda mais desagradável quando acontece no âmbito de uma separação conjugal. Não são raros os casos de pessoas que, absorvidas pelos sentimentos, evitam discutir abertamente as implicações financeiras desta decisão, para então aprenderem da pior forma possível que cometeram um grave erro.

Ainda que pareça impossível, não se deixe envolver pela emoção do momento. Encare a discussão como uma negociação qualquer, na qual você tem todo o direito de querer saber o máximo possível. Se você é daqueles que não consegue controlar suas emoções, faça um esforço extra! Pense que negociações conduzidas de forma organizada e transparente em geral são concluídas de maneira favorável para todos os envolvidos.

Lembre-se que, enquanto o tempo trabalha a seu favor no que refere à sua recuperação emocional e psicológica, o mesmo não vale para a sua situação financeira. Junte-se a isso o fato de que as "incompatibilidades financeiras", mais do que gênio, são uma das principais causas de separação de casais, e fica fácil entender a importância de se discutir o tema, de forma aberta, franca e civilizada, quando a separação é inevitável. Abaixo damos algumas recomendações de como melhorar gerenciar sua situação financeira no caso de uma separação.

Troque a conta conjunta, por uma individual
Você e seu cônjuge sempre acreditaram que uma vez casados deveriam compartilhar tudo, o que inclui, além da casa e do carro, a conta corrente e o cartão de crédito? Em caso afirmativo, a primeira providência a ser tomada é cancelar todas as contas e cartões conjuntos.

Lembre-se que um divórcio pode demorar muito tempo, e você não deve correr o risco de ver novas dívidas sendo contraídas, ou suas aplicações financeiras sendo sacadas para arcar com gastos crescentes do seu ex-companheiro. Não confie em acordos verbais, e mesmo que tenha concordado em dividir a conta do cartão de crédito, opte por pagar a sua parte com cheque ou transferência direta da sua conta individual.

As administradoras de cartão de crédito não sabem que vocês concordaram de dividir a conta, portanto, se o pagamento não for efetuado, e uma das partes declarar incapacidade, a outra acabará sendo responsabilizada, e aí precisará provar que já quitou a sua parte.

Se você não tem uma conta ou cartão individual, providencie um dos dois o mais rápido possível, antes mesmo da separação se oficializar, pois é mais fácil abrir uma conta quando você ainda possui ativos e renda em conjunto. Por mais que pareça incrível, atualmente é mais fácil um adolescente abrir uma conta individual do que uma senhora de 55 anos, que acaba de se separar e nunca teve conta ou cartão individual.

Dívidas, um assunto muito delicado
Mesmo que seu casamento vá de vento em popa e que não existam nuvens no horizonte, opte pela separação das dívidas. Se o carro que vocês vão financiar é para o seu marido, busque colocar o bem no nome dele, e não no seu. Caso sejam forçados a se separar, será mais fácil administrar a situação, além das chances de uma surpresa desagradável serem bem menores.

Quando a separação é inevitável, o melhor é obter o máximo de informação possível sobre a situação das contas bancárias, aplicações e dívidas conjuntas. Por mais que isso pareça incrível, não são raros os casos de cônjuges que estão atolados em dívidas e a outra parte só acaba se inteirando da situação quando é tarde demais.

Já pensou a dificuldade se, voltando ao financiamento do carro acima, vocês se separarem e seu marido deixar de pagar o financiamento do carro, que ele usa, mas cujo financiamento está em seu nome? Além da possibilidade de tê-lo sujo na praça, caso precise levantar crédito adicional em seu próprio nome, é possível que tenha dificuldades.

Isso sem falar que um histórico de crédito negativo pode até mesmo comprometer sua capacidade de encontrar um emprego. Mesmo depois da separação concluída, continue checando seu extrato para possíveis débitos inesperados. Muitos aproveitam a situação para se atolar em dívidas, que só aparecem mais tarde, para desespero do ex-cônjuge.

Em caso de financiamento imobiliário, quando em geral o financiamento é conjunto, o melhor é vender o imóvel e quitar a dívida. Caso contrário, a responsabilidade deve ser de quem continuar morando na propriedade, mas o melhor é estipular as respectivas obrigações de maneira formal durante o processo de separação.

Mantenha separado o que já era seu
Você poderá ser acusado de mesquinho, egoísta, ou coisas piores, mas sem dúvida é o procedimento mais sensato em caso de união. Se ao se casar você já tinha bens e propriedades em seu nome, então é melhor que elas sejam mantidas desta maneira, pois permite que você ao menos saia do casamento da mesma forma que entrou.

Em alguns casos, um dos cônjuges opta por usar recursos próprios para realizar uma necessidade do casal, o que pode incluir desde a compra de um imóvel até a quitação de um financiamento. Não há dúvida de que esta postura faz parte da confiança que vocês depositam um no outro, contribuindo assim para o sucesso do seu casamento. No entanto, é preciso ter consciência de que, caso a relação entre vocês mude, não será tão fácil reaver o que antes era só seu.

Liquidando bens
Na maioria dos casos, até por envolver crianças, as partes decidem que a esposa irá manter o imóvel do casal. A decisão, ainda que louvável do ponto de vista psicológico, pode acabar demonstrando ser bastante incorreta do ponto de vista financeiro.

Na medida do possível, não deixe as emoções comprometerem o seu bom senso. Muitas vezes, a esposa acaba mantendo o antigo imóvel, mas não tem condições de fazê-lo sozinha. Assim, passado algum tempo, acaba tendo de vendê-lo, mas o fato de estar mais pressionada, pode acabar levando a uma venda precipitada. Da mesma forma, muitos casais optam por vender o mais rápido possível a propriedade, como se isso fosse cicatrizar suas feridas.

Não se precipite! Coloque tudo no papel, faça as contas e veja se tem como arcar sozinha com a manutenção do imóvel, ou se é mais interessante aproveitar sua valorização para vendê-lo. Lembre-se que, se este for seu único imóvel e tiver valor inferior a R$ 440 mil, estará isenta de pagar ganho de capital, o que torna a transação bastante atrativa do ponto de vista financeiro.

Retome a sua vida!
Finalmente, ainda que você goze de boa saúde, e se sinta bem, é sempre bom prevenir. Não se esqueça, portanto, de rever a lista de beneficiários do seu seguro de vida, plano de previdência, testamento e plano de saúde. Aproveite para alterar seu estado civil nos documentos necessários e, caso seja mulher, para retomar seu nome de solteira.

Aliás, retomar deve ser a palavra de ordem. Você passou por uma situação extremamente desgastante do ponto de vista emocional e psicológico, mas isso não é desculpa para deixar de lado a razão, e se afogar em uma lamentação incessante, ou, pior ainda, para torrar a sua parte da separação em gastos por impulso!



 
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Aprenda mais !!!
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