Dores musculares que se prolongam por mais de três meses podem ser um sintoma
da fibromialgia - uma síndrome sem cura que ataca nove mulheres para cada homem.
Estima-se que cerca de 2% da população do mundo sofra desse mal.
O fibromiálgico sente dores musculares por todo o corpo, dores essas que uma
pessoa sem a síndrome não costuma sentir. Há uma sensibilidade ao toque. Se
tratado, o paciente pode levar uma vida normal e até não apresentar mais dores
pelo corpo. Para que isso ocorra, o paciente deve mudar a sua postura diante do
estresse, em busca de maior qualidade de vida.
- O paciente também deve corrigir a sua postura física e tomar cuidado com a
obesidade - alerta o reumatologista José Eduardo Martinez, professor da
Pontifícia Universidade Católica de Sorocaba e presidente da Comissão de
Atividade Física, Reabilitação e Prevenção da Sociedade Brasileira de
Reumatologia.
Além das dores generalizadas, a síndrome causa ainda um cansaço intenso e
alterações no sono. A pessoa dorme, mas não consegue descansar. Alguns pacientes
apresentam ainda alterações intestinais, como diarréia, e podem desenvolver
enxaqueca, ansiedade e depressão.
Embora os especialistas saibam que a síndrome se desenvolve predominantemente
nas mulheres, ainda não há uma explicação para isso.
- Acredita-se em influência genética, hormonal e cultural - afirma Martinez.
Os médicos também não sabem explicar exatamente as causas da doença, que acomete
pessoas principalmente a partir dos 40 anos. O tratamento consiste no uso de
medicamentos e na prática de atividade física.
Com relação aos medicamentos, os especialistas prescrevem dois tipos: os
analgésicos, contra a dor, e os antidepressivos, que aumentam os níveis de
serotonina, recomendados inclusive para os fibromiálgicos que não desenvolvem a
depressão.
É consenso que a prática de atividade física é fundamental na reabilitação do
paciente, mas o reumatologista Jamil Natour, professor da Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp), diz que os fibromiálgicos devem evitar atividades
aeróbicas de grande impacto.
- As caminhadas e o alongamento são os mais indicados por não provocarem tanta
dor muscular - afirma Natour.