Carreira / Emprego - Chefia insegura: poder, incompetência e agressividade andam juntos
Existem os chefes sabotadores, que não permitem o crescimento de seus
subordinados nem reconhecem suas potencialidades, não dando o valor merecido a
eles. Muitas vezes, se utilizam de uma agressividade aberta ou velada.
Já ouviu essa história antes? Provavelmente sim, porque o enredo é comum. Não à
toa, profissionais que se sentem injustiçados estão sempre a pensar nas causas
das atitudes de seus gestores.
O palpite da maioria - de que falta competência e sobra insegurança - está
correto. Prova disso são quatro pesquisas realizadas por Nathanael J. Fast, do
Departamento de Gestão e Organização da University of Southern California, e
Serena Chen, do Departamento de Psicologia da University of California,
Berkeley.
O levantamento indicou que nada menos de 37% dos trabalhadores nos Estados
Unidos, percentual que corresponde a 54 milhões de pessoas, têm sido agredidos
emocionalmente - ou seja, têm sofrido com sabotagens, depreciação e até mesmo
gritos - por seus chefes. A conclusão é de que poder e agressividade,
estranhamente, caminham juntos, embora esta não seja regra geral, uma vez que
63% dos americanos não têm problemas com seus chefes.
Falta de confiança
As distorções, quando o assunto é liderança, estão calcadas na autopercepção dos
chefes, com relação às suas próprias competências. Segundo os pesquisadores,
quando se soma poder e insegurança, o resultado é agressividade, que, por sua
vez, é consequência da necessidade do ser humano de defender seu ego.
Para se ter uma ideia, as pesquisas verificaram que inexistia agressividade ou
sabotagem entre chefes confiantes na sua própria capacidade.
O fato é que o poder traz consigo a necessidade de o indivíduo se sentir
competente, tanto para segurar sua posição hierárquica na empresa quanto para
corresponder às expectativas inerentes às posições de chefia.
Este é o primeiro estudo que mostra que as vulnerabilidades a ameaças
"psicológicas" dos profissionais aumentam quando estes ocupam posições de
liderança, o que abre as portas para as ações agressivas, que visam à defesa do
ego.
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