O aumento no número dos super e hipermercados na cidade de São Paulo não fez
com que os minimercados sumissem, embora esse fosse um risco temido. Essas
conhecidas 'vendinhas de bairro' ainda têm a preferência de muitos clientes,
pela proximidade de localização e por ser um ótimo recurso para compras menores.
E mais: a brutal concorrência dos supermercados fez com que os donos de
minimercados aprendessem ou criassem novas armas para sobreviver.
Segundo a consultora jurídica do Sebrae-SP, Regina Bruno Fiorentini, um dos
itens primordiais para ter sucesso é a correta localização: 'É preferível ter um
minimercado onde haja uma carência na região. As chances de sucesso do
empreendimento são maiores'. Se a escolha for por um local onde já há outros
estabelecimentos desse tipo, a consultora explica que o empresário deverá ter um
diferencial muito grande , para destacar-se.
Além de enfrentar a concorrência dos hipermercados, os mini também disputam
espaço com avícolas, sacolões, quitandas e açougues. 'A concorrência entre os
pequenos é muito grande. Este tipo de comércio abre muito, mas também fecha
bastante', diz o gerente do Observatório da Micro e Pequena Empresa do
Sebrae-SP, Marco Aurélio Bedê.
Os minimercados têm participação muito expressiva na economia. Segundo Bedê,
entre 2000 e 2004, o número de estabelecimentos em todo o País passou de 280 mil
para 305 mil. 'Esse dado representa crescimento de 9% no número de
minimercados'. No entanto, a participação deles comércio diminuiu. O consultor
explica que isso se deve ao fato de esse setor ter crescido num ritmo ainda
maior (21,5%).
Nos grandes centros urbanos houve redução na abertura dos minimercados. 'Em
alguns Estados como o Rio de Janeiro e Distrito Federal houve queda de 2,7% e
5,9%, respectivamente', afirma Bedê. A diminuição da presença dos minimercados
nas regiões mais desenvolvidas deve-se também à entrada de grandes redes. Regina
também explica como os minimercados sobreviveram mesmo com a invasão dos
grandes. Ela informa que, na década de 90, por causa da inflação, era comum que
as pessoas fizessem estoque. 'Hoje, isso não existe mais. As compras são
semanais, o que facilitou a sobrevivência dos minimercados'.
Os empreendedores devem estar atentos também às exigências da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária, que, por meio da resolução RDC n.º 216 de 15/9/04
determinou normas para a fabricação, manipulação de alimentos nos
estabelecimentos e instalação dos estabelecimentos.
Segundo Regina, quanto mais alimentos o estabelecimento comercializar, maior
serão as exigências a serem cumpridas.