Conhecer uma segunda língua é um dos maiores requisitos cobrados pelas
empresas que buscam profissionais em cargos operacionais, como operador de
telemarketing, atendente de loja e recepcionista. Uma pesquisa feita pela
consultoria de recrutamento Solução Labor apontou que, para 58% das empresas, o
conhecimento do segundo idioma é um fator decisório na contratação de novos
colaboradores.
Já 32% das organizações entrevistadas disseram que o conhecimento em uma segunda
língua é desejável. E apenas 9% delas revelaram que esse é um requisito
dispensável.
"Hoje as empresas sabem que o Brasil é mercado constante de turismo de negócios.
E as pessoas que viajam para cá se sentem mais confortáveis quando atendidas por
alguém que fale, mesmo de forma rudimentar, o idioma delas. Mesmo quem se
expressa pouco em japonês, chinês e coreano passa à frente de todos os
candidatos que desconhecem estas línguas, por mais que a bagagem acadêmica e/ou
profissional seja superior", explica a consultora e diretora da Solução Labor,
Suyen Miranda.
Idiomas
Para 35% das empresas consultadas, a preferência, na contratação de novos
colaboradores para funções operacionais, é para que eles falem inglês. Já para
21% o espanhol ou castelhano é um grande diferencial competitivo.
Além disso, 18% das empresas buscam profissionais que tenham o conhecimento em
japonês. Já 9% gostam que os seus funcionários tenham conhecimento em francês;
6% selecionam candidatos que saibam árabe; 5% desejam que seus colaboradores
saibam mandarim e o mesmo percentual também almejam conhecimentos em coreano.
Por fim, 0,5% das empresas entrevistadas citaram que é importante o candidato a
emprego ter um conhecimento em alemão e o mesmo percentual citou o hebraico.
Entretanto, a consultora destaca que mais do que certificados de conhecimento em
outros idiomas, os candidatos precisam saber utilizá-los. "Há pessoas que até
possuem diplomas dos cursos mas não tem desenvoltura, jogo de cintura para
contornar situações onde a palavra adequada no idioma não é conhecida, mas sabem
se fazer entender com expressões e o vocabulário que dominam. Isso é comum nas
línguas orientais, onde os interlocutores estrangeiros procuram facilitar a
interação com o profissional brasileiro que tenta se comunicar no idioma deles,
mesmo com palavras simples e básica".
Experiência profissional
A pesquisa também constatou que, para 43% das empresas, é fundamental que o
profissional em cargo operacional tenha experiência na área em que vai atuar.
Por outro lado, 38% das empresas disseram que ter experiência é importante, mas
não é um fator decisório.
Para 12% das empresas, a experiência não conta muito, mas sim outros aspectos de
caráter. Já para 5%, é irrelevante o profissional ter atuado na área
anteriormente, e 2% das companhias não opinaram.
"Saber a tarefa numa área operacional é bom, mas normalmente o que mais pesa é
como a pessoa vai encarar o trabalho e a equipe, fato que analisamos na
entrevista. Se o candidato demonstrar que está aberto a aprender fica bem mais
fácil decidir por ele, do que alguém que já sabe fazer mas demonstra que não
está aberto ao aprendizado ou a uma nova postura ou tecnologia disponível",
conclui Suyen.
Sobre a pesquisa
A pesquisa foi realizada em janeiro deste ano com a base de dados da
consultoria, a partir de 127 questionários sobre cargos de nível operacional,
que em sua maioria exigem pouca qualificação, técnica e escolaridade.
Ao todo foram pesquisados profissionais para ocuparem as seguintes posições:
profissionais de portaria e segurança, manutenção, atendimento ao público,
vendas e suporte a vendas.