Carro / Veículo - Sistema antifurto veicular: caro, mas eficiente 

Sistema antifurto veicular: caro, mas eficiente
 

De janeiro a março, 23.248 carros foram roubados ou furtados na capital, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado. Talvez seja por isso o crescente interesse dos motoristas pela utilização de dispositivos antifurto, como os sistemas de bloqueio e rastreamento: embora caros – alguns custam R$ 1.700 –, os resultados são positivos: cerca de 95% dos carros roubados são recuperados, garantem as empresas do ramo.

Os bloqueadores são o mais em conta: a instalação não sai por mais de R$ 400. Em caso de roubo/furto, basta o consumidor acionar a central da empresa por telefone e o combustível do veículo é cortado, além de alarmes serem acionados. “O problema é que esse sistema não permite localizar o veículo”, explica Cláudio Campos, diretor técnico da GuardOne, que comercializa o produto.

Já os sistemas de localização de carros se dividem em dois tipos: os próprios localizadores, que informam a região em que o veículo se encontra, e os rastreadores, mais eficientes, pois informam a rua exata em que o veículo está. “Por essa razão, são mais caros que os bloqueadores”, destaca Sérgio Ricardo Fabiano, gerente-técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi). Os custos da mensalidade desse sistema chega a R$ 100.

Para se proteger de seqüestro relâmpago, os localizadores e rastreadores são mais indicados, pois têm o botão de pânico que, quando acionado, envia mensagem à empresa, que localiza o veículo e informa as autoridades sobre o fato. “Além disso”, explica Fabiano, “o sistema de escuta permite ouvir as conversas no interior do carro, o que facilita a ação da polícia, que é informada sobre o seqüestro”.

Ao adquiri-los, porém, é preciso tomar alguns cuidados: ler o contrato de prestação de serviço e preferir fazer a instalação do equipamento em oficinas credenciadas “para não correr o risco de perder a garantia do produto”, alerta Sônia Cristina Amaro, assistente de Direção do Procon-SP.

“Se o carro estiver na garantia, vale a pena consultar o fabricante, pois, caso apresente defeito, a montadora poderá alegar que ele é decorrente da instalação do dispositivo e cancelar a garantia”, aconselha Arystóbulo Freitas, advogado especialista em consumo.

Direitos desrespeitados
João Carlos Giorgi teve durante seis meses o equipamento de localização da Sascar instalado em seu carro, mas não precisou utilizá-lo. O problema foi quando resolveu cancelar a mensalidade, em janeiro. “Embora tenha feito o pedido de suspensão do serviço por escrito, continuei sendo cobrado por mais cinco meses”, conta. “Recebi até uma carta de cobrança ameaçando a colocar meu nome nas ‘listas negras’, o que me deixou indignado, e decidi procurar a Justiça.” A Sascar alega que recebeu a solicitação do consumidor só em março, mas não cancelou o serviço porque havia mensalidades pendentes.

Sônia, do Procon-SP, lembra que, havendo falha na prestação do serviço ou na qualidade do produto, o consumidor tem direito, pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), à substituição do produto por outro equivalente, à restituição da quantia paga e eventual abatimento do preço (artigos 18 e 20). E pode procurar os órgãos de defesa do consumidor e até o Judiciário – Juizado Especial Cível se a causa não envolver mais do que 40 salários mínimos.