No Brasil, segundo a Serasa, a participação do cheque na inadimplência caiu
5,8 pontos percentuais no primeiro trimestre deste ano, frente ao mesmo período
do ano anterior (de 23,4% para 17,6%). De acordo com a Fecomercio (Federação do
Comercio de São Paulo), em abril, as dívidas dos paulistanos com cheque
pré-datado representaram apenas 6% do total das dívidas.
A representação dessa forma de pagamento nos índices de inadimplência está
caindo e o seu uso está crescendo, segundo o consultor em finanças, especialista
em matemática financeira, Marcos Crivelaro. De acordo com ele, esse crescimento
deve-se a possibilidade de negociação direta entre o consumidor e o varejista,
além da flexibilidade de prazos e parcelamentos.
No entanto, é preciso atenção redobrada na hora de preencher e receber a folha.
Para não ter prejuízos, Crivelaro lista uma série de cuidados para os
consumidores e lojistas.
Consumidor: cuidados começam antes da compra
Para o consumidor, os cuidados começam na hora de receber os talões. Apesar da
praticidade, o especialista recomenda não recebê-los pelo Correio. É melhor ir
ao banco. Quando não for possível, confira se o envelope que chegou a sua casa
não está violado.
Também fique atento para que dados como nome, número de conta, CPF e quantidade
de cheques do talão estejam corretos.
O especialista lembra que os talões devem ser deixados em casa, guardados em
locais seguros. Na carteira, devem ficar apenas algumas folhas, separadas de
qualquer documento pessoal. É importante também não ter nenhum cheque assinado,
em branco.
Se você não tem mais conta em determinado banco, mas ainda possui cheques dele,
destrua-os, não os guarde.
Na hora de preencher, a atenção deve ser redobrada. Nunca aceite canetas de
terceiros e não utilize canetas que podem ser apagadas com facilidade, como as
hidrográficas. Além disso, você mesmo deve preencher a folha. Não permita que
outros façam.
Nunca deixe espaços em branco entre os números. Preencha esses espaços com
símbolos entre o valor, como R$ # 1.000,00#. No valor extenso, também não deve
haver espaços vazios. Prefira escrever "Hum", em vez de "Um".
Confira sempre os dados do canhoto com seu extrato bancário, para verificar se a
compensação foi feita de maneira correta.
É bom lembrar que, se o cheque sem fundo for devolvido duas vezes pelo banco,
seu nome pode fazer parte do CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques) do Banco
Central.
Lojista: exija documento de identificação do cliente
Na hora de receber um cheque, os varejistas também devem ficar atentos. A
assinatura deve ser conferida com um documento de identificação do cliente, com
foto, bem como com o cartão do banco.
Número de telefone e endereço devem constar no verso da folha, com uma
declaração de sua finalidade e o endosso do consumidor.
Cheques rasurados, com manchas ou borrões, ou mesmo com o valor já preenchido
não devem ser aceitos, assim como cheques de terceiros.
O especialista lembra que não deve haver rasuras na numeração do cheque e da
conta bancária e os dados impressos em código de barras localizados no rodapé de
cada cheque devem conferir com os dados impressos na primeira linha da parte
superior do cheque.
Cuidado com cheques clonados: verifique se os números do RG e CPF que constam na
folha não estão apagados ou rasurados.