Carreira / Emprego - Namorar colegas de trabalho pode atrapalhar o desempenho?
Algumas empresas proíbem o relacionamento entre seus funcionários, no entanto, a
aquelas que não veem problemas nessa situação. Por mais que esse tema seja
bastante polêmico e peculiar tanto para os funcionários, quanto para as próprias
organizações, relacionamentos entre colegas de trabalho não são tão incomuns nas
empresas quanto parecem.Um estudo da instituição norte-americana Shere Hite,
divulgado em 2007, revelou que 42% dos trabalhadores entrevistados no EUA já
tiveram algum relacionamento na firma onde trabalham. Desses, a metade acabou se
casando - com ou sem papel passado. Do total de entrevistados, 35% disseram
preferir esconder o romance dos colegas.
A pesquisa indicou também, que a principal justificativa para o elevado
percentual de relacionamento entre esses profissionais da mesma organização foi
devido aos expedientes cada vez mais longos, na qual, facilita uma relação mais
estreita entre os colegas de trabalho.Comportamento no ambiente da
empresa
Especialistas em gestão comportamental e recursos humanos advertem que quando
funcionários possuírem relacionamentos amorosos com outra pessoa da mesma
empresa devem evitar demonstrações de carinho ou de discussão em público,
justamente, para não causar constrangimentos dentro da equipe/empresa.De
acordo com a equipe do site Emprego Certo, especializada em vagas de trabalho, a
transparência é a regra que mais dá certo em situações dessa natureza nas
empresas. "Descubra como funciona a política da empresa para o caso. Em algumas
corporações pode haver a necessidade de transferência de área ou até mesmo o
desligamento de um dos dois da companhia em que trabalham. É importante lidar de
forma aberta, sincera e, sobretudo, não misture seu lado profissional com o
pessoal".
Para Carlos Rosa, consultor da Trilha de Sucesso - empresa especializada em
gestão empresarial - o desempenho no trabalho entre profissionais que namoram e
trabalham na mesma empresa, depende muito das atitudes dos próprios
profissionais. "O grau de maturidade para saber distinguir o que é profissional
e o que é sentimental, além de aturar as brincadeiras de trabalho de forma a não
gerar conflitos mudam entre profissionais. O que mais importa é o desempenho do
casal não sofrer quedas e manter a descrição é possível não ter bloqueios na
carreira".Carlos Rosa diz ainda que até é possível ter um uma relação
saudável e sem atrapalhar o rendimento com parceiros que ocupem posições em que
um chefia o outro de forma direta , mas não é recomendável. "Num relacionamento
amoroso não existe hierarquia, relação inevitável entre líder e subordinado.
Nossa recomendação é que haja uma transferência de um dos dois para outro setor
para evitar esta situação de difícil sustentabilidade no longo prazo".
Já o consultor organizacional e coach em gestão, Luiz Afonso Romano alerta que
para esses profissionais é preciso ter normas para não afetar o andamento do
trabalho. "Não podemos separar o emocional do racional, impedir o relacionamento
entre pessoas que juntas trabalham. Isso é uma tolice. Mas, devemos ter regras
para a admissão, principalmente, quando um chefia o outro, e promover eventos
para discutir com consultores e psicólogos, os outros momentos que não só o
mundo do trabalho - aqueles passados em casa, descontraídos, amorosos,
recreativos, culturais".Luiz Afonso Romano diz que independente de possuir um
relacionamento com outra pessoa na empresa ou fora dela ou no mesmo setor, a
ética e o profissionalismo tem que prevalecer. "Se não for bem ‘administrada'
emocionalmente e de forma profissional e ética, relacionamento amoroso entre
colegas de trabalho da mesma área atrapalha tanto quanto a relação se dá com
outro trabalhando em diferentes setores da organização. Seja ele, fornecedor, no
contratante, no concorrente ou quando um é empregado do legislativo, judiciário
ou no executivo e outro representa interesses lá".
Confira algumas dicas elaboradas pela equipe do site Emprego Certo para
profissionais que possuem relacionamentos no mesmo ambiente corporativo:
- Discrição sempre: O namoro ocorre fora do local de trabalho, sempre.
Nada de beijos apaixonados na hora do café ou no estacionamento. Lembre-se
que representamos vários papéis ao longo da vida: filho, pai, namorado e,
claro, profissional. Na empresa é esse o papel dos dois;
- Quando um dos dois é chefe: cuidados redobrados. Qualquer atitude que
favoreça o amor subordinado será mal interpretada. Seja justo e imparcial;
- Empresas onde o namoro é proibido: Os dois devem ir juntos à chefia e
notificar. Evitar a todo custo que a empresa saiba por outras pessoas.
Demonstre que o casal tem maturidade e pode segurar a relação;
- Evite ausência prolongada ou conversas durante o expediente. Com certeza
ninguém vai achar que os assuntos tratados são profissionais;
- Brigaram? Façam as pazes sempre, mas evitem o carro de som, as flores
exageradamente grandes, faixas etc. No mesmo ritmo, evite os e-mails,
bilhetinhos e apelidos em público.
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