Carreira / Emprego - Como remunerar não só as metas alcançadas, mas também os esforços?
"Pagar bônus variáveis e prêmios de mérito que não sejam nem comissão nem lucro
é difícil. Remunerar só a eficiência do resultado concreto é míope. O contrário,
remunerar esforços sem a eficiência, é tolice. Como atender a ambos?", indaga a
presidente da Quantum Assessment, Claudia Riecken.
Ela conta que, para superar o desafio, foi criado um modelo de remuneração
variável, chamado de "remuneração quântica", levando em conta a meritocracia do
esforço de cada indivíduo e conjunto, e não apenas a venda comissionada e o
lucro (resultado) do negócio, que também é reconhecido na metodologia.
Classes de remuneração
São seis classes de remuneração:
- Fixo - Honorário ou salário do período;
- Bônus de produtividade - Valor extra por meta alcançada ou qualidade de
serviço, pago por cartão de crédito de bonificação;
- Remuneração de equipe - Venda gera comissão para toda equipe;
- Remuneração de champion - Comissão individual para quem fecha o negócio;
- Prêmio extra - Por alcance e superação de meta;
- Firme - Fundo Internacional de Remuneração por Mérito e Esforço, que
chamamos de "baú". Representa o toque final e revolucionário na forma de
dividir receita bruta por todos.
Claudia afirma que o método condiz com as leis trabalhistas brasileiras, "apesar
da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) incentivar a remuneração não
meritória, que rouba 36% do ganho do trabalhador na fonte e inviabiliza
crescimento e contratações".
Na sua opinião, a regulamentação prejudica a quem paga, a quem recebe e ao
relacionamento entre estes dois. "Ela foi criada em 1943, mas está em vigor até
hoje", diz ela. "Sem podermos reconhecer o mérito, não podemos valorizar, em
termos de inconsciente coletivo e práticas diárias, a aprendizagem, o trabalho
em equipe, o ombro a ombro, o clima organizacional positivo", acrescenta.
Possível solução
A remuneração quântica veio para sanar esses problemas. "De acordo com a
remuneração quântica, pagamos pelo baú - uma espécie de auto-imposto. É escolha
própria. De todos os negócios com valor financeiro pago pelo serviço prestado,
3% vão para o baú do Firme. Ou seja, o fundo é de renda bruta. A soma de tudo o
que o firme gera é dividida por todos os colaboradores, em proporções
pré-estabelecidas por área", explica.
"A área de atendimento, por exemplo, dispõe de 18% do Firme, a ser dividido pelo
número de pessoas do setor. É o mesmo para a área administrativa, onde também
estão a copeira e o motorista, além dos administradores, auditores e
back-offices. Idem para a área de negócios e vendas, que tem 26% do baú, e assim
por diante. Todo santo mês no vencimento do Firme, depositamos o valor
correspondente em conta. Não precisa ter dado lucro ou ter atingido meta de
nada", acrescenta ela.
Os cálculos e critérios específicos são de cada empresa. Com o método,
remunera-se "esforço" da equipe em sintonia, e remuneram-se resultados efetivos
também.
"A empresa segue sadia e segura, oferecendo qualidade. E lutando muito, é claro.
As pessoas gostam do Firme, mas nós não fomos muito exagerados em capitalizar
este enorme benefício. Principalmente porque fazer gestão é acertar em silêncio
nas decisões estratégicas. O que devemos reconhecer? Eficiência ou esforço?
Ambos, é claro. E pagar por isso. Nunca foi tão forte o crescimento".
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