Feedback é um termo inglês, introduzido nas
relações vivenciais para definir um processo muito importante na vida do grupo.
Traduz-se por realimentação ou mecanismo de revisão.
Não temos o costume de dar e receber feedback, por isso e
infelizmente, são raras as chances de sabermos se estamos ou não indo bem nas
atividades que desempenhamos.
A situação piora quando, ao fornecermos feedback, utilizamos uma
postura crítica, com forte carga emocional, provocando reações de mágoa e
agressão. O que seria uma excelente oportunidade de conhecimento e
aperfeiçoamento mútuo acaba se transformando num detonador de desentendimentos e
ressentimentos.
Todos os profissionais precisam de feedback para incrementarem seu
desempenho em relação às competências da organização. Se não recebem um retorno
apropriado, podem se sentir desestimulados, gerando consequências como
desperdício de tempo e dinheiro.
Se pensarmos que nosso corpo é forte e sadio quando provido de água, comida e
um pouco de exercícios, essa relação também vale para a nossa mente, pois ela se
torna forte e sadia quando provida de bons e adequados feedbacks.
É verdade que é muito fácil conseguirmos água e comida. Basta irmos a um
supermercado. Compramos garrafas de água, compramos arroz, feijão, mas onde
conseguir feedbacks, quem os fabrica? Quem fornece?
Feedback é um produto raro, cotadíssimo no mercado, privilégio de
poucos e desejo de muitos. Não se compra, se aprende. Não se estoca, não se
guarda, ao contrário, deve-se cuidar para não perder o momento correto de
fornecê-lo senão vence o prazo de validade, tornando-se nesse caso um produto
indigesto ou insípido.
ALGUMAS VERDADES SOBRE O FEEDBACK
- a qualidade de qualquer relação depende da qualidade e quantidade de
feedback que cada pessoa recebe. Relações pobres e sem diálogos são
consequência de feedbacks pobres. Relações cheias de críticas, mal
entendidos são consequência de feedbacks ofensivos. Relações ricas, que
fluem, são consequência de feedbacks positivos.
- cordialidade também é feedback. Dar bom dia e perguntar como foi o
final de semana realimenta o relacionamento.
- Olhar nos olhos da pessoa com quem está conversando é um tipo de
feedback. Quando não fazemos contato visual perdemos cerca de metade da
mensagem e sinalizamos que a pessoa não é importante o bastante para eu
interromper minhas atividades e ficar perdendo o meu tempo olhando para ela.
- Há pessoas que demandam mais feedback. Fornecer essa dose a mais é
respeitar as diferenças.
- Negar feedback é castigar a pessoa com indiferença.
UM PRESENTE PARA O CRESCIMENTO
Quando queremos presentear alguém, mostramos nosso apreço, carinho e
sinalizamos à pessoa que ela é importante para nós. Vamos à loja comprar o
presente, olhamos vários objetos, nos indagamos se a pessoa gostaria e usuária
ou não e, ao final, esperamos um sorriso de satisfação e agradecimento.
O feedback também é um presente e por isso também requer
passo-a-passo:
1. Planejar - refletir sobre o que dizer, enriquecendo com
exemplos objetivos
2. Abordagem específica - evitar generalizações e utilização
de rótulos. Abordagens abstratas ou genéricas perdem o significado pois não
fornecem informações suficientes para serem compreendidas e utilizadas. É
destrutivo para a relação e reduz a autoestima do outro. É diferente dizer: "Eu
senti a Maria receosa em participar da reunião após aquela resposta agressiva
que você lhe deu" a dizer "Você continua uma pessoa grossa, mal educada e
descontrolada".
3. Focar no comportamento - comportamentos específicos que
podem ser analisados, mensurados ou observados.
4. Escolha da hora e local - hora: o mais rápido possível,
em clima de pouca tensão, evitando comentários sobre o fato com outros. Local:
as críticas nunca devem ser feitas em público.
5. Equilíbrio - é importante saber dosar a quantidade de
feedbacks corretivos e positivos.
6. Capacidade de ouvir - ouvir o ponto de vista do outro;
quem não sabe ouvir, também não sabe como e o que perguntar.
OS TIPOS DE FEEDBACK
Feedback positivo: reforçar o que a pessoa é e o
que a pessoa faz. O comportamento pode e deve ser repetido; quando não
reforçamos comportamentos esperados, é possível que eles não mais se repitam.
Feedback corretivo: o comportamento precisa mudar.
Para corrigir a "rota" é necessário:
- falar do comportamento específico, sem fazer referências ao passado;
- fazer perguntas abertas (perguntas nas quais a resposta não é sim ou não) para
analisar o ponto de vista de quem está recebendo o feedback;
- manter a calma e não se exceder, evitando rótulos como "incompetente",
"nunca aprende", "fraquinho", etc.;
- saber exatamente o que aconteceu, para não fazer deduções e cair em
situações de preconceito, julgamento precipitado ou estereótipos.
Feedback insignificante: é insignificante porque
não provoca impacto e a outra pessoa não se sente gratificada.
Feedback ofensivo: as prováveis mudanças de
comportamento são agressividade e afastamento, deixando como rastros mágoa e
inimizade.
Espero que essas dicas o auxiliem na sua forma de fornecer feedback.
Um abraço e até a próxima!