As mais recentes pesquisas na área de Recursos Humanos apontam como destaque
principal o interesse das organizações por candidatos que possuam autoestima
elevada. Preferem a profissionais que olham a vida como um presente de Deus e
não como um purgatório, onde a passagem por ela não é expiatória e nem a pior
forma de purificação é o trabalho, não sendo a segunda-feira o pior dia da
semana e, muito menos, o verbo "trabalhar" causa arrepio.
O trabalho não pode ser visto como uma "maldição", e sim como uma das mais
sábias formas de desenvolver as potencialidades do ser humano. Ele pode ser
considerado o único meio legítimo de sobrevivência, estabelecido pelas próprias
necessidades do homem e também uma maneira de realização pessoal.
O perfil do novo colaborador no presente século é de alguém que está
predominantemente "UP", para cima. Que sabe o seu valor, que reconhece
que de todas as invenções, ele é o maior milagre da "criação". Nada, por mais
moderno, mais fascinante, mais pragmático, poderá substituí-lo. Nenhuma máquina
será melhor do que ele, o ser humano.
As novas invenções não vieram para nos aniquilar, e sim para nos ajudar a
vencer os desafios contemporâneos. Não precisamos ter medo delas, precisamos
incorporá-las ao nosso dia-a-dia e extrair o máximo delas, para podermos nos
dedicar com mais tempo e sabedoria à algo que elas não podem fazer: "pensar" e
"decidir". Valorização pessoal é o primeiro degrau da escalada pessoal e
profissional.
No contexto organizacional, não basta somente ser alguém "UP", para
cima. É preciso que ele seja também SENHOR das suas emoções, pois o mundo
corporativo moderno é altamente competitivo e às vezes chega ser cruel com
alguns. A pressão por resultados cada vez mais imediatos cresce como uma
avalanche, de acordo com as céleres mudanças de mercado. Não há mais tempo para
a acomodação, para os planejamentos de longo prazo, nem para as lamentações
públicas, estas devem ser administradas no recôndito mais secreto possível ou
compartilhadas somente com as pessoas mais confiáveis, de preferência as que não
pertençam ao ambiente de trabalho.
Administrar as emoções, nem sempre é fácil, pois elas fazem parte intrínseca
do ser humano, porém, se não forem reconhecidas, trabalhadas, reprocessadas,
podem trazer sérios prejuízos à carreira profissional. Muitos excelentes
profissionais não conseguem se controlar quando sua palavra ou projeto é
questionado por outras pessoas, quando a empresa passa por momentos instáveis ou
quando alguém comete um deslize ou até mesmo uma falha grave. Para ser senhor
das emoções é necessário respirar profundamente, várias vezes, antes de tomar
qualquer decisão precipitada.
Em complemento ao estado "UP" e ao domínio das emoções, o
colaborador valorizado tem visão de águia. Ele enxerga além do seu umbigo, isto
significa ver além do expediente, do salário mensal, dos benefícios, das
promoções, dos retornos pessoais. Ele vê o futuro da organização a qual
pertence, vislumbra os dias futuros com otimismo e dedicação, ultrapassa a
mediocridade daqueles que trabalham somente pelo "vil metal" ou somente para
"subsistir".
Recentemente ouvi a história de um colaborador que estava para ser demitido
de uma empresa, mas antes os patrões pediram que ele montasse os equipamentos e
as máquinas em outra cidade, onde a nova fábrica iria funcionar. O colaborador
mesmo sabendo que todos seriam demitidos, incluindo ele e que seriam contratadas
novas pessoas, nesta nova cidade, comportou-se com extrema ética e
profissionalismo. Convocou e estimulou colaboradores desanimados, contratou
transporte, enfim, realizou todos os procedimentos necessários e trabalhou com
sua equipe todo um final de semana, não tendo hora específica para descansar ou
parar. E assim, deixou a fábrica montada em apenas um final de semana, prontinha
para funcionar na segunda-feira seguinte.
Quando os patrões chegaram e viram o estabelecimento pronto para funcionar (o
que levaria no mínimo uma semana) e o comportamento daquele profissional,
perceberam que estavam diante de um funcionário altamente valorizado. Não
tiveram dúvidas e imediatamente chamaram-no e fizeram uma proposta para ele
mudar de cidade e permanecer trabalhando naquela empresa.
Este exemplo mostra-nos que ainda vale a pena se valorizar, fugir das
atitudes convencionais e superar os momentos "DOWN". O maior peso na
valorização pessoal ainda continua sendo os comportamentos e as atitudes.
Profissional que se valoriza, certamente tem seu espaço reconhecido e garantido
no mundo corporativo.