O que motiva homens e mulheres a criar coisas incríveis? O que os levam a
empreender, a desenvolver e a se doar em prol de grandes e inigualáveis
obras-primas? O que motiva e move o ser humano? Há muitos anos grandes
personalidades vêm realizando estudos e pesquisas na intenção de encontrar esta
resposta. Questão esta que intriga e chama a atenção de muitos gestores e
líderes que têm à sua disposição pessoas e equipes a serem gerenciadas e
impulsionadas a irem cada vez mais longe, a produzirem mais e melhor, a
alcançarem resultados cada dia mais rendáveis e satisfatórios.
Mas, o que leva ao desempenho pleno de uma equipe? O que pode realmente
preencher as incontáveis lacunas da motivação humana? Certamente, ainda,
investiremos muito tempo e estudo neste tema e pouco sobre o mesmo
desvendaremos.
Uma das principais razões baseia-se no fato de que cada indivíduo é singular
e desta forma os elementos motivadores de cada um tornassem da mesma forma
únicos. Cada indivíduo possui um conjunto de valores motivacionais adquiridos e
moldados em seu repertório pessoal, advindos de uma experiência vivida
individualmente. Isso ocorre, ainda que muitas vezes, mesmo sendo diferentes,
muitos compartilhem de elementos motivacionais presentes no conjunto
motivacional de outros indivíduos. Desta forma, a questão permanece: como
motivar nossos colaboradores de modo a obter destes o máximo em produtividade,
desempenho e entrega?
Entre os anos de 2551 a 2528 a.C foi empreendida uma das maiores obras
realizadas até os dias atuais. Esta foi a construção da Pirâmide de Quéops (ou
Khufu) - construída para ser a tumba do Faraó Quéops da quarta dinastia. É a
maior das três pirâmides de Gizé.
Este monumento marca o auge da época de tais construções, tanto no que se
refere ao tamanho quanto à complexidade da estrutura. Tendo uma superfície que
cobre quase 53 mil metros quadrados, é sem dúvida um dos monumentos mais
polêmicos de toda a Antiguidade. Hoje, no século XXI, sabe-se que a Pirâmide de
Quéops media, originalmente, cerca de 150 metros de altura (atualmente são 137
metros) e teria uma massa de 31.200.000 toneladas. Há duas hipóteses para a
origem dos 2.600.000 blocos gigantescos que formam a estrutura. Uma é a de que
teriam sido recortados das pedreiras, lapidados e transportados de barco através
do Rio Nilo, colocados e unidos exatamente, com precisão milimétrica. Outra
hipótese diz que estas pedras seriam sintéticas.
A Grande Pirâmide era originalmente revestida externamente com pedra calcária
polida, fazendo ela brilhar com a luz do sol e a tornando visível a quilômetros
de distância. Tal revestimento foi saqueado há séculos, mas uma amostra de como
era ainda pode ser vista no topo da pirâmide adjacente, a Pirâmide de Quéfren.
A Grande Pirâmide foi durante milênios a construção mais alta realizada pelo
homem, só foi superada com a construção da torre de Lincoln (uma torre de
Igreja), em 1311, que tinha 159 metros de altura. Porém, esta torre foi
destruída em 1549 e depois disto a Grande Pirâmide só voltou a ser superada em
1889, com a inauguração da Torre Eiffel. Entre as pirâmides, a de Quéops
sobressai como uma das criações mais espetaculares e geniais da história da
arquitetura. E se estima ter necessitado de uma força de trabalho de cerca de
100 mil pessoas ao longo de 20 anos, estes homens eram livres.
De tudo o que se pode analisar desta extraordinária obra da engenharia e
arquitetura, em se tratando do gerenciamento é a motivação de pessoas que
formaram as equipes. O que nos chama mais a atenção é o grande numero de pessoas
que esteve empenhado nesta obra e o longo período que os trabalhadores atuaram.
Imagine gerenciar 100 mil pessoas durante 20 anos em uma obra que sabemos que
não contava com os mesmos recursos tecnológicos e os maquinários que hoje
existem à disposição da construção de grandes obras. Uma coisa é liderar e
proporcionar a motivação necessária a um grupo de pessoas por alguns dias. Outro
desafio totalmente diferente é proporcionar o mesmo nível de motivação para
cerca de 100 mil pessoas por um período de 20 anos e, ainda assim obter, alto
nível de excelência e de perfeição reconhecidos até hoje.
Mas de todos os fatos e os pontos que nos chamam a atenção nesta história
nada supera a constatação de que essas pessoas motivadas e altamente produtivas,
que deixaram um legado de exemplo a ser seguido até os dias de hoje eram
indivíduaos LIVRES. Num tempo em que quase 100% de toda a força de trabalho era
empreendida por escravos e pessoas a quem era imposto trabalhos forçados, a
história mais uma vez nos surpreende ao relatar que esta equipe que atuou nessa
construção histórica, este time de grandes operários era formado por pessoas
100% livres. Que grande lição para nós!
Talvez esta seja a resposta que buscamos quando o assunto refere-se à
motivação de pessoas, equipes e colaboradores. Nada é ou virá a ser mais
importante do que o fato de sermos livres. Não livres de nossas obrigações e
nossas responsabilidades quanto aos colaboradores e aos membros de equipes ou
grupos de trabalho. Mas, livres no sentido de realizarmos aquilo que de livre e
espontânea vontade optamos por conduzir.
Creio que esta seja a melhor maneira de motivar e manter pessoas motivadas.
Dar a elas o privilégio de fazer aquilo o que realmente desejam realizar, aquilo
com que elas se identifiquem, ou seja, o que cada um valoriza e por valorizar
faz sua atividade com amor, atenção, dedicação e prazer. O resultado disso, na
grande mairia das vezes, expressa-se em obras magníficas como a exuberante
Pirâmide de Quéops.
Pense nisso, analise as suas preferências, suas competências naturais e
principalmente aquilo que lhe chama a atenção. Volte seus pensamentos para
aquilo com que se possível fosse, você investiria 16 horas de seu dia para
empreender, aperfeiçoar e produzir um trabalho de forma inigualável e prazerosa.
Certamente ao se envolver com tal atividade, você será uma pessoa motivada, será
um colaborador produtivo e, acima de tudo, um ser humano satisfeito, realizado e
feliz. Um forte abraço e fique com Deus.