Saúde - Esquistossomose ou barriga d'água
A esquistossomose, ou barriga d'água, é uma doença infecto contagiosa
transmitida pelas larvas do Schistosoma mansoni.O verme foi descoberto em
1852, e acredita-se que a esquistossomose chegou ao Brasil através dos escravos
africanos. Em nosso país, a esquistossomose está vastamente distribuída. No
estado de São Paulo, as regiões mais atingidas são o Vale do Ribeira e o Vale do
Paraíba.
A transmissão da doença se dá através das larvas que se alojam em caramujos de
água doce. Elas penetram na pele do homem quando se banha nas regiões
contaminadas. Uma vez no corpo humano, o verme chega à corrente sangüínea, passa
pelos pulmões e coração até atingir o fígado. Após 40 dias da infecção, ovos do
verme já podem ser encontrados nas fezes da pessoa. Um novo ciclo é iniciado
quando a pessoa doente defeca em regiões úmidas, e os ovos atingem novamente os
caramujos.
A doença, na maioria das vezes é assintomática, podendo ocorrer apenas aumento
do tamanho da barriga devido à presença de líquido (barriga d'água). No entanto,
algumas pessoas podem apresentar sintomas em fase aguda ou crônica.
Na fase aguda, surge coceira e vermelhidão no local de penetração da cercária e
o infectado pode apresentar febre, suor frio, dor de cabeça, dores musculares,
cansaço, perda de apetite, emagrecimento, tosse e dores de barriga. Algumas
pessoas sentem enjôos e vômitos. O fígado fica dolorido a palpação e tem seu
volume um pouco aumentado.
A fase crônica pode se apresentar de três formas:
intestinal, com diarréia, perda de apetite, cansaço e barriga dolorosa à
palpação;
hepato-intestinal, com os sintomas anteriores mais acentuados, além do
aumento do volume do fígado; e
hepato-esplênica, na qual o indivíduo se queixa de tumor na barriga, já que
fígado e baço estão com seus volumes muito aumentados. Como o fígado foi
atingido, pode haver presença de sangue no vômito e nas fezes.
O diagnóstico da doença pode ser feito por esses sintomas, mas não se pode
ignorar outras doenças como infecções intestinais, febre tifóide, hepatite,
cirrose hepática entre outras. Pode-se ainda detectar a presença de ovos do
parasita através de exame de fezes.
A doença deve ser tratada tão logo seja percebida. Procure um médico se
suspeitar que foi infectado com a doença. Ele poderá diagnosticá-la e indicará
um medicamento adequado. Após seis meses de tratamento, deve ser feito um exame
se fezes para verificar se o parasita foi banido de fato.
Todos os casos de esquistossomose devem ser notificados e investigados pela rede
de saúde local. Devem ainda ser classificados como autóctones (transmissão no
estado de São Paulo), importados (transmissão em outro estado da Federação ou
país) ou indeterminados. Nas áreas onde há registros ou suspeitas de casos,
devem ser feitos regularmente exames de fezes na população.
Os métodos de controle da doença baseiam-se em medidas de:
saneamento básico, com rede de abastecimento de água e coleta de esgotos;
tratamento dos casos diagnosticados;
educação em saúde, que deve estar inseridas em todos os serviços que
desenvolvam as ações de controle da doença;
tratamento das coleções hídricas com caramujos contaminados pelo verme.
Situação atual da doença
No mundo estima-se que atualmente existam mais de duzentos milhões de casos. No
Brasil a estimativa é de que mais de seis milhões de casos ocorram anualmente.
Fote: Sucen
www.sucen.sp.gov.br
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