Carreira / Emprego - Em áreas relacionadas à saúde, mulheres são maioria; qual a razão?
Nos corredores de clínicas e hospitais, em laboratórios e em empresas de
prestação de serviço na área de saúde, as mulheres são praticamente a maioria.
Se elas ainda lutam para ingressar em algumas áreas do mercado de trabalho,
nesta, elas já predominam.
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) deste ano, as mulheres também estão na frente quando o
assunto é o ensino superior. Em 2007, do conjunto de estudantes deste nível,
57,1% eram mulheres, o que revela um aumento em relação a 1997, quando era de
53,6%.
Segundo o diretor de laboratório, Dairton Miranda, ser mulher não é
pré-requisito, mas é fato que elas têm maior habilidade com materiais menores
por serem mais detalhistas e apresentarem delicadeza. "A habilidade é um ponto
extra ao lidar com procedimentos complexos e frágeis. Acreditamos que, por isso,
elas estão muito presentes na área da saúde, em setores como preparação de
exames", disse.
Atenção
Para a coordenadora do Setor Técnico do laboratório Dairton Miranda, Regina
Célia da Rocha, características femininas como atenção redobrada e facilidade
para lidar com materiais pequenos são essenciais para o sucesso na área. "É
preciso ter calma, exatidão nos movimentos das mãos e atenção, características
que fazem parte do perfil da mulher".
O psiquiatra e diretor do Centro Interdisciplinar de Orientação Psicopedagógica
(Ciope), José Raimundo Lippi, acredita que a presença da mulher na área não
acontece somente pela vocação natural do sexo feminino. "Elas estão inseridas na
área pelo mérito da conquista de seu espaço no mercado de trabalho e na
sociedade. Além disso, demonstram maior capacidade de trabalhar em grupo".
Já para o coordenador do Centro de Tratamento e Investigação da Esclerose
Múltipla da Universidade Federal de Minas Gerais (Ciem/UFMG), Marco Aurélio
Lanna, a sensibilidade das mulheres tem feito com que elas dominem o mercado.
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