O que você realmente gostaria de ser? Já parou alguma vez para pensar se
aquilo que as pessoas enxergam quando olham para você reflete exatamente a
imagem que você gostaria de passar? E se alguém o descrevesse, será que usaria
os mesmos termos que você elegeria para descrever a si mesmo? Em outras
palavras, será que seu exterior reflete o que se passa dentro de seu coração?
Não é muito confortável desfilar pelas passarelas da vida usando máscaras que
escondem nossa verdadeira aparência, ou fantasias que ocultam nosso verdadeiro
modo de ser. Devemos construir uma imagem forte que transmita de forma direta e
objetiva aquilo que somos, os caminhos que escolhemos, os critérios que
determinam nossa conduta, os princípios que regem as nossas ações.
É muito bom quando podemos lidar com pessoas de conduta reta e intenções
transparentes. Sabemos o que esperar delas. Sabemos que direcionam seus esforços
no sentido de realizar um trabalho realmente bom, ao invés de empregar seus
talentos para enganar. No lugar de tecer grandes véus capazes de turvar a
verdade, dedicam-se em levantar estruturas com bases firmes e muito sólidas, bem
à vista de todos, sem nada para esconder.
Quem tem a oportunidade de trabalhar com pessoas honestas e corretas sabe como é
possível realizar grandes coisas, e poder usufruir plenamente, e tranquilamente,
de suas conseqüências. O prazer de saborear um fruto cultivado em nossa própria
terra, com nossos próprios esforços, é infinitamente maior do que provar um
fruto roubado. Alguns podem defender o contrário, dizendo que há um sabor
especial naquilo que é proibido. Pois acho que se enganam profundamente. Por
mais doce que pareça em um momento, o erro leva consigo um amargor que se
estende por muito tempo, criando um desconforto futuro que supera, e muito,
qualquer sensação agradável que se tenha experimentado.
Vivemos em um mundo que obedece a princípios de ação e reação, atitude e
conseqüência. O que fazemos de bom gera boas reações e conseqüências positivas,
enquanto o mal que criamos volta para nossas vidas com força maior e potência
redobrada.
Portanto, se vamos decidir aquilo que desejamos ser, os modelos que queremos
seguir, devemos olhar atentamente para o que existe por trás de cada atitude, de
cada postura, de cada decisão. Devemos nos lembrar que a repetição de um erro
não o transforma em algo correto. Mesmo que muitos o cometam, continua um erro,
e mesmo que nos “acostumemos” com ele, isso não faz com que se torne aceitável.
Há muitos crimes acontecendo por toda parte, e continuam espalhando um grande
mal em nossa sociedade, e feridas para a humanidade. O mal está na essência de
certos atos, e por mais que convivamos com ele, e mesmo que utilizemos termos
diferentes para defini-los, em sua essência permanecem negativos, gerando
injustiça e sofrimento exatamente da mesma forma.
Outro dia li uma frase muito forte, em um texto sobre família, que dizia que ter
um “caso” é cometer adultério, e adultério é pecado. Concordem ou não as pessoas
com a idéia de pecado, o que importa é que a verdade concreta não se move ao
sabor de meras interpretações ou nomes criativos.
Por isso é importante que elejamos modelos bons e sigamos por caminhos seguros,
mesmo que pareçam mais longos e tortuosos. É importante que saibamos diferenciar
a “fama” da verdadeira virtude, pois mesmo os ricos e famosos podem sê-lo de
forma escusa, e por atividades nada recomendáveis. Ser uma celebridade não
significa necessariamente ser feliz. E ter muito não significa merecer, de fato,
aquilo que se tem. Nem sempre o que se tem por “sucesso” pode ser traduzido por
alegria ou realização pessoal.
Tome cuidado para que seus heróis não sejam de fato vilões muito bem vestidos.