Finanças pessoais - Organize sua vida financeira
A meu ver, existem três metas fundamentais que todos nós, seres humanos,
perseguimos na vida. São elas: saúde, felicidade e tranqüilidade financeira.
Enquanto as duas primeiras independem, algumas vezes, de nossa própria vontade
ou desejo, a terceira pode perfeitamente ser planejada.
No Brasil dos dias atuais, no qual materialismo, imediatismo e egoísmo estão
bastante em voga, esquecemos que nosso bem-estar não é somente vivenciado por
patrimônio físico ou dinheiro. Talvez soe estranho que um Planejador Financeiro
Certificado (CFP™) faça essas afirmações, já que lida costumeiramente com
valores, rendimentos, comparações entre investimentos etc. Mas essa minha
afirmação, tão distante da razão deste artigo, está no conceito que desejo
passar para aqueles de vocês que pretendem planejar, ou melhor, assentar suas
vidas de maneira coerente e racional.
Planejamento Financeiro é algo imensamente maior do que apenas acumular centenas
de milhares ou alguns milhões de reais em patrimônio, por meio das instituições
financeiras.
Para mim, desde que saí dos bancos escolares, o conceito básico a respeito de
planejamento financeiro da minha própria vida envolve, em primeiro lugar, saber
aonde eu quero chegar e quais são os meus sonhos. Conhecer a si mesmo e saber o
que se quer da vida, valendo o mesmo para a companheira de vida, é fundamental
para nós nos direcionarmos.
Aqui entram alguns novos componentes dessa complicada equação, que é a de tentar
alcançar a tranqüilidade financeira, e que eu chamaria de “conhecer seus
próprios valores”. Uma questão vital na conquista de nossa felicidade e,
provavelmente, de nossa saúde é saber quais são nossos verdadeiros valores
pessoais. Eles devem orientar os meios para alcançarmos nossos objetivos no
longo prazo. Nunca devem ser os valores de outras pessoas, a quem queremos
copiar por serem bem-sucedidos na vida, mas apenas os nossos.
Uma vez conhecidos esses objetivos, precisamos estabelecer quais são as nossas
prioridades, levando em consideração que a absoluta maioria do povo brasileiro
não poderá alcançar todos seus sonhos ao mesmo tempo.
E quais são os nossos sonhos, ou melhor, objetivos? Por incrível que possa
parecer, eles são quase idênticos ou parecidos no mundo inteiro, desde a muralha
da China até a Patagônia e, claro, incluindo também o Brasil. Copio abaixo uma
transparência em power point que faz parte das minhas palestras que tenho dado
por este nosso país:
• Uma vida mais estável e confortável;
• A conquista da casa própria, com pleno conforto;
• A melhor educação e instrução possível para os filhos;
• Finanças suficientes que permitam lazer e viagens;
• Ser reconhecido e obter apoio por parte da comunidade em que vivemos;
• Ser dono do próprio negócio (e do próprio destino);
• A conquista da independência financeira e de novas fontes alternativas de
renda;
• A obtenção de um sólido patrimônio financeiro e/ou imobiliário;
• Mas, acima de tudo: saúde, segurança e felicidade.
Mas como, então, pôr em prática esses nossos objetivos em função da ordem de
prioridade em que as colocamos?
É nessa hora que devemos escolher quais as instituições financeiras que podem
nos assessorar melhor. É difícil encontrar uma que, verdadeiramente, deseja ser
nossa parceira, consultora e orientadora, sem estar primeiramente interessada no
lucro que possamos lhes trazer. Por essa razão aconselho que você encontre,
simultaneamente, alguém profissionalmente competente, qualificado, ético e com
isenção de opinião, para lhe auxiliar a definir quais os produtos financeiros
mais indicados para você e a escolher o grupo financeiro que melhor preencha
cada função específica.
CUIDANDO DO DINHEIRO
Evidentemente, você, pessoalmente, terá de assumir a função de ser o olho do
fazendeiro que engorda seu gado. Administrar e fiscalizar seu próprio dinheiro
sempre será seu dever.
Você nunca deve abdicar dessa função. E, anualmente, você deve fazer um balanço
para verificar se seu patrimônio cresceu acima, abaixo ou igual à inflação!
É claro que conceitos como curto, médio e longo prazos também têm grande
importância na avaliação de seus produtos financeiros. Também é óbvio que sua
personalidade e perfil devem ser levados em conta. Fatores como liquidez,
rendimento, risco, custos e taxas de administração e, principalmente, ganhos
superiores à inflação devem ser almejados nos investimentos escolhidos e são
imprescindíveis na conquista da independência financeira.
Escolha preferencialmente mais de uma instituição financeira para cuidar do seu
dinheiro. Lembre-se sempre de que diversificação ainda é a mais sábia das regras
conhecidas para fazer face aos imprevistos da vida. Esse conceito já foi citado
na própria Bíblia e nunca perdeu sua atualidade.
As instituições financeiras em nosso país obviamente operam com a finalidade de
realizar lucro. Nada contra.
O grande “x” da questão é que existe um conflito de interesses entre seus
representantes, os chamados gerentes de conta e você. Os gerentes de conta
precisam faturar e muitas vezes tentam empurrar goela abaixo produtos que não
servem para você. Entre garantir seus próprios empregos e os interesses dos
clientes, qual das alternativas você pensa que eles vão preferir? Permito-me
deixar a resposta para você!
A absoluta realidade é que nossas instituições financeiras, incluindo bancos de
investimento, seguradoras e entidades de previdência aberta e fechada, ainda não
são orientadas para os interesses de longo prazo dos seus clientes.
Conseqüentemente, tampouco podem exigir uma completa e incondicional fidelidade
desses mesmos clientes. Algumas instituições financeiras alhures já se deram
conta dessa incongruência e estão paulatinamente alterando seu modus operandi.
Aqui, infelizmente, ainda não chegou esse conceito moderno e bem mais racional.
Porém, mais cedo ou mais tarde, os grupos financeiros serão forçados a mudarem
para estarem mais alinhados com os interesses de sua clientela. Esse dia virá. A
grande rede mundial da Internet, com suas informações acessíveis a quem queira,
está nos auxiliando na rápida aproximação desse dia.
CALCULE OS IMPOSTOS
Ainda não mencionamos um aspecto muito importante, agora que a inflação
brasileira está razoavelmente contida. São os impostos, principalmente, o de
renda. Devido ao fato de, por tantos anos, termos tido uma inflação bastante
elevada, a maioria dos investidores ainda não percebeu a importância de analisar
os impostos envolvidos em seus investimentos, rendimentos do trabalho e
lucratividade, proporcionado pela venda de bens imóveis e financeiros.
O chamado planejamento fiscal, para quem deseja obter o máximo de aproveitamento
e lucratividade, é imprescindível. Saiba de que maneira os impostos incidem
sobre todos seus investimentos e sobre a sua Declaração Anual de Rendimentos.
Existem variadas formas de incidência desses impostos. Para quem investe em, por
exemplo, renda fixa, o Imposto de Renda pode ser de 22,5%, 20%, 17,5% ou 15%
sobre os rendimentos, dependendo do prazo da aplicação. Nos planos de
previdência também existem hoje regras variáveis. Dependendo da tabela de
tributação escolhida, quando o resgate dos recursos ocorre em menos de dois
anos, o Imposto de Renda é de 35%. A cada dois anos a mais de permanência, essa
alíquota diminui em cinco pontos percentuais até o limite de 10%.
Finalizando essa longa conversação, o melhor conselho que posso lhe oferecer é
que planeje sua vida de tal forma que, sempre, você gaste um pouco menos do que
ganha, e não o oposto!
Dessa maneira você formará gradativamente um sólido patrimônio e terá uma
aposentadoria suave e tranqüila, sem sobressaltos!
Referência:
financenter.com.br
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