Para quem lidera grupos, fica sempre a pergunta: qual a melhor forma de
conciliar diferentes perfis? Tendo consciência de que todos possuem pontos
fortes e fracos de personalidade, o interessante é, com o tempo e alguma
experiência na gestão de pessoal, identificar em sua equipe as características
que atrapalham ou contribuem para a manutenção de um bom ambiente de trabalho.
Cuidado com extremos
O primeiro ponto é você acompanhar um pouco mais de perto o seu funcionário, e
procurar avaliar suas metas, sua forma de encarar o trabalho e suas prioridades,
por exemplo. Neste caso, o que poderia ser uma falta de entendimento para a
execução de uma tarefa pode significar, na verdade, uma grande carência de
motivação ou mesmo de interesse. Por isso, se você não procurar acompanhar
algumas situações de perto, poderá realmente fazer observações equivocadas.
É claro, e mais do que compreensível, que você não tenha tempo para isso. Neste
caso, destaque alguém de sua confiança para a tarefa. Caso sua empresa seja
bastante pequena e não possua ainda uma estrutura organizada neste sentido,
programe-se para dar os primeiros passos.
Vale lembrar que, dentro deste processo de observação, você perceberá aspectos e
situações mais difíceis de reverter, onde o perfil de seu funcionário poderá
beirar o desinteresse completo. Sendo assim, lhe caberá a decisão de investir,
ou não, energias neste assunto.
Perfil a favor
Caso trabalhe com pessoas mais novas e menos experientes que você, procure
ajudá-las a utilizar algumas características marcantes de personalidade ao seu
favor. Isto significa, por exemplo, que a timidez nem sempre representa um
bloqueio à expansão profissional. Pode ser uma grande vantagem para a execução
de tarefas de maior concentração, por exemplo.
E isto vale para todos os aspectos de um perfil. Porém, não se sinta culpado se
não conseguir remediar algumas situações e compreenda que existem alguns
caminhos tortuosos que podem prejudicar o ambiente de trabalho, caso você não
saiba equilibrar as forças.
Um funcionário altamente ansioso pode lhe ajudar muito no curto prazo, em razão
de sua alta carga de responsabilidade. Porém, pela extrema preocupação diante de
situações cotidianas ou mesmo diante de problemas, este funcionário está
"condenado" a perder suas energias muito rápido. Isto significa que o empenho
absurdo apresentado no primeiro mês poderá se transformar em completa exaustão e
apatia em um futuro bem próximo.
Por isso, vá com calma ao perceber este perfil em alguém de sua equipe. Caberá a
você "treinar" este funcionário como dosar melhor sua carga emocional.
Parado no tempo
Por outro lado, existem casos em que, por mais que você tente, a situação não se
reverte. Trata-se da inércia, característica comum a profissionais que deixam as
coisas acontecerem e esperam que alguém sempre resolva seus problemas.
Infelizmente, você só poderá conhecer perfis como estes no dia a dia, ou seja,
depois de contratado o empregado. Neste caso, não se intimide em cobrar além do
necessário, puxando-o a uma postura mais forte. Lembre-se: vá até onde achar que
deve.
Segurança ou arrogância?
No relacionamento mais próximo com o seu grupo, você claramente perceberá o
quanto algumas pessoas se destacam. Porém, cuidado! Na sede de resolver todos os
seus problemas e de passar muitas das suas responsabilidades a alguém, você pode
se enganar. Uma pessoa que conhece muito bem determinados assuntos pode não
estar pronta para liderar uma equipe.
Neste caso, o que significava segurança e auto-confiança na execução de suas
próprias tarefas pode se transformar em total arrogância, ao gerenciar um grupo.
Neste caso, analise muito bem o seu funcionário e veja quais as suas reais
condições de liderança.
O ponto todo é: conhecendo melhor o perfil de seus funcionários, poderá utilizar
suas características marcantes de forma bastante estratégica, compondo, depois
de certo tempo, o time dos seus sonhos, contrabalanceando erros e acertos,
defeitos e qualidades. Neste caso, observação e proximidade lhe ajudarão, e
muito, a desempenhar esta missão. Boa sorte!