Diferente do chefe, a primeira tarefa do líder é aprender a ser um líder.
“Ser poderoso é como ser uma senhora. Se tem de dizer aos outros que o é, então
é porque não é.” (Margaret Thatcher).
A diferença entre um chefe e um líder é a postura de cada um frente às
necessidades de uma organização. Hoje, o diferencial de qualquer negócio está
diretamente ligado aos talentos humanos. Na verdade, não seria bem hoje. É bem
que provável que, daqui pra frente, seja assim. Então, administrar a Gestão de
Pessoas, permitir a abertura para diálogos e orientar o colaborador é
ponto-chave para qualquer empresa.
Ainda há quem valorize mais o controle do que o desenvolvimento da equipe, mas
de forma geral a coisa não anda muito boa para o lado do chefe. A postura
carrancuda, a valorização da obediência ao invés do aprendizado, e o respeito
que vem do medo (principalmente do medo de perder o emprego) e não da admiração,
já fazem parte de conceitos mais do que ultrapassados de liderança.
A figura do chefe saiu de moda. E parece que saiu para sempre. O que todo mundo
espera é responder a alguém que cative pelo comportamento e que transmita
confiança, ou seja, alguém cujo poder encontra-se mais na forma de fazer do que
no cargo em que ocupa. Em outras palavras, um líder mesmo.
Mais do que o poder de delegar, o que conta mesmo é a relação saudável entre
líder e colaborador, desde que ambos sejam capazes de responder aos desafios das
atividades do dia-a-dia, claro. Sabemos que sempre haverá os colaboradores
eternamente insatisfeitos e, além disso, como nem tudo são flores, é normal que
existam também algumas divergências. Na verdade, desde que sejam na medida
certa, são até saudáveis, favorecem o questionamento e impulsionam o
crescimento. Quanto mais transparente for a relação entre os dois, maior será a
satisfação da equipe e a retenção de talentos.
Mas um líder não nasce do dia para a noite. O famoso bordão “a vida é a melhor
escola” pode até ser verdadeiro, mas não se aplica à prática da liderança que
pode (e deve), ser aprimorada continuamente, por meio de cursos, treinamentos,
mentoring, coaching etc. Como o capital intelectual é a principal fonte de
riqueza de uma organização, é preciso investir na formação de um líder para que
ele seja muito mais do que um bom chefe. Investir na equipe é (sim) muito
importante, mas antes disso, é preciso pensar naquele que é responsável por ela.
O papel do líder passa longe do poder enquanto definição semântica, porque o
líder de verdade, a quem aqui nos referimos, é aquela pessoa que troca
experiências, que compartilha conhecimentos, que orienta e que influencia
diretamente a equipe sempre no sentido de colocá-la pra frente, de motivá-la.
Você já ouviu ou falou algo do tipo “se meu chefe não se importa, eu lavo as
minhas mãos?”. É porque é pelo líder que um funcionário acredita e não na
organização em que trabalha, mesmo aqueles que nem pensam nisso. E isso faz toda
a diferença.
Primeiramente é preciso conhecimento e vontade de liderar. O líder precisa
querer orientar a equipe para o planejamento das ações. Ele tem que desejar ser
transparente quanto aos seus valores, objetivos e metas. Deve também incentivar,
estimular o autodesenvolvimento, advertir quando necessário e investir nos
recursos internos. E mais: precisa enxergar o sucesso dele na equipe. Resumindo,
“quem quiser ser líder deve ser primeiro servidor. Se você quiser liderar, deve
servir”, disse certa vez ninguém mais que Jesus Cristo.
Nenhuma equipe se desenvolve com um líder despreparado ou falsamente preparado
(sim, porque assim como os falsos profetas, há uma porção de falsos líderes
espalhados por aí). Por isso, cuide bem do solo antes de semear nele a sua
melhor semente. Esta é a primeira tarefa de uma organização voltada para a forma
assertiva e sustentável de crescimento, porque a falta de preparo reflete
diretamente na falta de motivação e comprometimento como um todo. O líder está
na linha de frente; suas atitudes vão refletir diretamente na conduta dos
funcionários, e isso com certeza vai impactar resultados, sempre.