Você dá uma opinião, e ele logo começa a discutir. Com isso, você passa a
ficar mais quieto. Quando comete um erro, leva uma bronca, e começa a se
desestimular. Estes são apenas alguns exemplos de como as atitudes daquele
colega ou chefe de pavio curto podem prejudicá-lo no ambiente de trabalho.
Controlar as emoções é extremamente importante na carreira. No entanto, para as
pessoas de pavio curto, que reagem aos estímulos sem pensar, monitorar-se a todo
o momento é mais difícil. As conseqüências disto, porém, não são sentidas apenas
pelos 'nevosinhos', mas pelos colegas também.
"Ter pavio curto é um desequilíbrio emocional, que traz para as organizações
muitos problemas, como afastamento, isolamento, improdutividade, clima pesado,
processos depressivos e auto-destrutivos e boicotes", afirmou a especialista em
gestão de pessoas, Angela Mota Sardelli, do CLIV Solution Group.
Quem são eles?
De acordo com a especialista, o pavio curto é uma pessoa imatura emocionalmente,
que tem dificuldades em perdoar e em reconhecer seus erros, além de
considerar-se sempre injustiçada e ameaçada. Para analisar se você se encaixa
neste grupo e melhorar seu comportamento, peça sempre um feedback para os
colegas.
"O passo seguinte é compreender as raízes desta raiva e, assim, começar a buscar
melhores respostas para lidar com as situações no dia-a-dia", explicou Angela.
A especialista ainda recomenda a este profissional que coloque para os demais o
que o incomodou, controlando a raiva. "A melhor alternativa é não acumular a
raiva, porque quando este sentimento não é colocado para fora, produz estragos
na convivência com outras pessoas", explicou.
O outro lado
O profissional de pavio curto deve se esforçar para melhorar o comportamento,
mas quem é alvo das atitudes típicas dele também deve ajudar. Você, como colega
ou liderado, sabe como fazer isto? Segundo Angela, uma atitude positiva é falar
com calma sobre a atitude que o incomodou.
As empresas, por sua vez, devem orientar o pavio curto para que procure um
processo terapêutico. "Afinal, é preciso entender que os problemas existem para
serem resolvidos e que, em casos extremos, não há nada de errado em buscar ajuda
profissional". As companhias ainda podem ajudar oferecendo programas de gestão
de pessoas que melhoram a comunicação e o relacionamento interpessoal da equipe.
Importância do assunto
A importância do distúrbio de comportamento é tanta que o Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas anunciou que abrirá o primeiro ambulatório
do Brasil especializado no tratamento de pessoas com transtorno explosivo
intermitente. O objetivo é oferecer tratamento médico para casos extremos.
Na realidade, em diversos níveis, o transtorno explosivo atinge boa parte da
população e pode ser evitado antes de chegar ao extremo.