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Carreira / Emprego - Nunca avalie sem dar feedback  

Data: 14/11/2008

 
 
Quando em uma companhia chega o momento de avaliar a performance dos profissionais muitos ficam preocupados, pois não sabem ao certo o que irá acontecer depois que o processo for concluído. E se a empresa é “marinheiro de primeira viagem”, as expectativas em torno da aplicação da ferramenta aumentam tanto para quem irá avaliar quanto para quem será avaliado, uma vez que os colaboradores podem imaginar que ao término do processo poderão sofrer algum tipo de retaliação. Diante disso, existem profissionais de Recursos Humanos que se deparam com uma incógnita: que metodologia deve ser utilizada, para que não aconteçam injustiças e o resultado desse trabalho traga benefícios para os funcionários e a organização?

A resposta para essa indagação é utilizar uma ferramenta que seja adequada à realidade da cultura corporativa e que ocorra um processo de comunicação transparente, para que o impacto junto aos colaboradores não seja negativo e, conseqüentemente, focos de resistência sejam evitados. Na Promon, por exemplo, companhia de engenharia e tecnologia que possui sede em São Paulo e escritório no Rio de Janeiro, para acompanhar a performance dos profissionais a área de Recursos Humanos utiliza a Avaliação 360º - um processo que é realizado de forma circular por todos os elementos que possuem alguma interação com o avaliado. Ou seja, participam da avaliação o líder, os colegas, os pares, os subordinados, enfim, todos os indivíduos que estão ao redor do avaliado, possibilitando uma abrangência de 360º.

De acordo com Márcia Kolpeman, diretora de RH, os sistemas de avaliação de desempenho têm sido usados desde que a organização foi criada, há 48 anos. Com o passar dos anos, ocorreu um processo de evolução. No início, ela explica que a avaliação do colaborador era realizada diretamente entre o chefe e seu subordinado. Com o surgimento de novos conceitos na área de Gestão de Pessoas, as metodologias evoluíram, refinando-se os processos - até que em 2002 a companhia passou a utilizar uma metodologia de avaliação – a 360º.

Vale destacar que isso só foi possível graças ao amadurecimento dos colaboradores em dar e receber feedback. “Naquele momento em que adotamos a Avaliação 360º, as pessoas já tinham habilidade, estavam mais maduras para realizar esse trabalho. Claro que antes de implantarmos a Avaliação 360º promovemos muitos treinamentos, para que todos compreendessem o significado real do feedback”, complementa Kolpeman, ao mencionar que o processo de avaliação tornou-se totalmente translúcido e os dados da avaliação são abertos para os envolvidos no processo. Hoje, graças a esse instrumento o funcionário consegue ter uma melhor percepção sobre ele mesmo e como a chefia o vê. Na Promon, a Avaliação 360º é, inclusive, aplicada junto ao presidente da organização. A empresa foi comprada por um grupo de funcionários há mais de 30 anos e atualmente conta com aproximadamente 700 profissionais.

Para a empresa, a grande vantagem de se adotar a Avaliação 360º é que o próprio funcionário conhece a percepção sobre ele próprio, e o que líder e o time têm dele. A partir daí, o colaborador pode traçar um plano de desenvolvimento e conseqüentemente aprimorar determinadas competências que influenciarão o resultado de sua performance. Isto é, identificar as ações que ele deve potencializar ou ainda corrigir determinadas trajetórias que cedo ou tarde impactarão em sua carreira.

“Todo esse trabalho é acompanhado pela área de Recursos Humanos”, destaca Kolpeman, ao afirmar que a organização valoriza comportamentos considerados essenciais ao perfil do funcionário. Dentre esses, destacam-se: trabalho em equipe, liderança, criatividade, flexibilidade, questões sociais e ambientais, bem como participação. Contudo, para desenvolver todas essas competências, a área de RH dá toda a estrutura para a capacitação dos profissionais, através de treinamentos focados na cultura corporativa.

O processo – O processo de Avaliação 360º tem início a partir da escolha de quem irá avaliar o profissional e dentre esses, participam cinco pessoas que envolvem: a chefia e os pares do avaliado. O processo total de avaliação dura aproximadamente um mês e meio e ao final, o gestor recebe um relatório com todas as avaliações que foram realizadas e recomendações individuais descritas pelos funcionários. Logo após essas fases, chega o momento do funcionário avaliado receber o feedback.

Para que não ocorra qualquer tipo de injustiça e a aplicação da metodologia seja realmente justa, a empresa conta com o apoio de um comitê de avaliação que também acompanha todas as fases processo. “Na etapa inicial da avaliação todos os envolvidos preenchem planilhas. Na seqüência, o chefe entra no processo e faz a avaliação do funcionário. Consolidadas as avaliações, verifica-se se as justificativas apresentadas realmente têm fundamento e por último ocorre o processo de feedback”, enfatiza a diretora de RH da Promon.

A implantação - Ao passar a conviver com a avaliação 360º os colaboradores da Promon não apresentaram qualquer tipo de resistência, pois a organização já estava preparada para receber essa ferramenta. Por outro lado, para uma empresa que se depara pela primeira vez com a Avaliação 360º, essa tranqüila experiência dificilmente ocorreria, pois a mesma já foi considerada um verdadeiro “calo no sapato” para profissionais de RH que não estavam familiarizados com esse tipo de avaliação e tampouco realizaram uma implantação transparente juntos aos funcionários.

Finalmente, quando todos os feedbacks são dados ao funcionário é realizado um plano de acompanhamento de desenvolvimento para o profissional, que permite a capacitação técnica e comportamental do mesmo. “Cada empresa deve ter elementos que combinem com sua cultura, com sua realidade. O processo necessita de um amadurecimento prévio, pois é sensível e mexe com todos que atuam na empresa”, conclui Márcia Kolpeman, ao demonstrar visivelmente satisfação com os resultados positivos que a Avaliação 360º proporciona à organização.



 
Referência: rh.com.br
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