Filhos - Crianças e orçamento? Essa combinação é possível!
Como pai, ou mãe, sua preocupação é de proporcionar ao seu filho uma vida feliz
e tranqüila: estudo, boas condições de moradia, alimentação e vestuário. Melhor
do que ninguém, você sabe o esforço que essa missão exige: horas de trabalho,
dedicação e estratégia para conciliar receitas e despesas. E seu filho tem
consciência disso? Sabe o que é necessário para atingir a tão sonhada
estabilidade financeira?
Pois aí entra a questão orçamento. Será que isso é assunto para criança? A
resposta é sim, desde que você respeite, naturalmente, a forma de pensar de cada
etapa da vida do seu filho.
De nada adianta passar mil conceitos para uma criança de dois, três anos. Ela
não absorverá nada! Por isso, opte pelo caminho do aprender brincando, ou mesmo
de envolvê-la no dia-a-dia.
Orçamento não é bicho-papão!
Para iniciar o conceito de orçamento para o seu filho, é importante que esse
hábito já faça parte da sua vida. Caso contrário, responda: como exemplificar
algo que você mesmo nunca colocou em prática? Desmistifique, primeiro, essa
palavra na sua casa. Orçamento doméstico não é um bicho-papão, e sim uma forma
eficiente de administrar melhor o seu dinheiro.
Organize-se e coloque suas contas em dia, separando receitas e despesas. O ideal
é que o casal se envolva nesse processo, reunindo esforços para garantir bons
resultados. O fato de conversarem sobre o assunto de forma tranqüila e
construtiva já será visto por seu filho, desde cedo, como algo bastante natural.
Curiosidade é uma das principais características das crianças, certo? Então,
jamais se recuse a responder uma pergunta, e isso vale muito no quesito
dinheiro. Seu filho pode, em determinado momento, questionar por que chegam
tantas contas em casa, ou o motivo de vocês trabalharem tanto. Nessa hora, sua
resposta será decisiva! Nada de praguejar seu chefe, o governo ou o gerente do
seu banco!
Primeiros passos no orçamento
Que tal você fazer com seu filho um "mini-orçamento"? Isso ficará mais fácil se
ele já receber mesada. Coloque para ele, num papel, o quanto recebe por mês e
mostre que é importante, no final do período, sobrar algum dinheiro da mesada.
Argumente que, se ele gastar tudo, não poderá comprar o brinquedo que tanto
queria. Esse dado é importante: embora você sinta vontade de presenteá-lo,
resista! Deixe que ele faça isso uma vez, por conta própria.
Vamos a um exemplo prático: suponha que você dê ao seu filho uma mesada de R$
20. Mostre a ele, sem fazer mil cálculos, que para comprar o jogo que tanto
quer, no preço de R$ 30, ele vai precisar:
- Juntar R$ 5 por mês em seis meses; ou
- juntar R$ 10 por mês em três meses; ou
- juntar R$ 15 por mês em dois meses.
Dessa forma, você lhe transmite a consciência de que, quanto mais conseguir
poupar, mais cedo ele realizará seu sonho. Convenhamos que, no caso das
crianças, esse exemplo se torna muito fácil de aplicar, já que ele não tem
obrigação de gastar com nada essencial, certo?
Na prática
Com o tempo, leve esse exemplo para o seu orçamento. Seu filho entenderá tudo de
forma muito mais simples. Você não precisa entrar no detalhe de quanto ganha ou
do total de gastos da sua casa, mas pode levá-lo a algumas conclusões:
- podemos usar água, luz, telefone, celular e outros itens, desde que
paguemos por eles;
- escola, uniforme, roupas e comida também custam!
- o trabalho rende um salário mensal, que ajuda a pagar as contas que
chegam em casa;
- o carro precisa de combustível, e meus pais pagam por isso.
Assim, você pode expor alguns pontos. Por exemplo: "nesse mês vamos ter que
pagar o conserto do carro, onde podemos economizar um pouco?" Você se
surpreenderá com as respostas:
- ficar menos tempo no banho;
- evitar pedir dinheiro fora de hora;
- tomar lanche em casa em vez de ir tanto ao fast food favorito;
- reduzir o número de guloseimas em casa.
As soluções, obviamente, serão encontradas pela criança dentro do mundo "dela".
Mas você vai perceber, com o passar do tempo, quantos resultados positivos
alcançarão juntos, nessa troca de experiência. Lembre-se que você pode aprender
muito com seu filho. Experimente, começando o quanto antes!
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