Uma nova profissão tem despontado no mercado de trabalho brasileiro: o
gerente de facilidades. Seu objetivo é administrar edifícios empresariais, desde
a área de infra-estrutura (ar-condicionado, iluminação) até a relação com os
prestadores de serviços (limpeza, segurança) e questões ambientais (coleta
seletiva de lixo, tratamento de efluentes).
Capacitado para integrar e tornar todas essas operações mais eficientes, o
gerente de facilidades tem sido cada vez mais valorizado pelas empresas, como
acontece na Europa, região em que o setor movimenta cerca de 4 bilhões de euros
anualmente.
De acordo com o professor da Poli/USP, Moacyr Eduardo Alves da Graça, para se
ter uma idéia, este tipo de profissional pode gerar uma economia de cerca de 30%
nos custos operacionais de um edifício, quando seu trabalho é realizado de
maneira eficiente.
Valorização
"Pouco a pouco, as empresas brasileiras vão percebendo que o modelo atual de
administração não assegura o valor do patrimônio nem garante um suporte adequado
às atividades da corporação", afirmou o professor.
Este modelo atual citado por ele é o seguinte: as empresas dão a uma área
qualquer a incumbência de cuidar da infra-estrutura e manutenção e, à outra, a
tarefa de cuidar da área administrativa e financeira. "O problema deste modelo é
que não há um profissional capacitado para gerenciar todas as operações de forma
integrada e baseada em parâmetros de eficiência", disse ele.
Conforme afirmou o professor, outro benefício de contratar este profissional é
que ele preserva o valor do patrimônio imobiliário, mantendo o edifício sempre
em boas condições.
Empresas especializadas
A evolução da profissão é tamanha no Brasil que já existem empresas
especializadas em gerenciamento de facilidades. "Nas grandes corporações, a
tendência é haver um gerente de facilidades interno para administrar áreas
estratégicas e contratar empresas especializadas para cuidar do restante das
operações", disse o professor.
Para o professor, esse mercado tende a crescer cada vez mais no Brasil, o que
exigirá profissionais capacitados e novos cursos de especialização. "Na Europa,
não há um país que não tenha um curso de especialização na área", contou o
professor.
Aqui no Brasil, ele afirmou que quem pretende se especializar tem um campo
aberto para trabalhar, pois a maioria das empresas ainda não estão estruturadas
na área de gerenciamento de facilidades.