Na educação financeira dos filhos, comprar um brinquedo ou outro produto para
depois ir descontando da mesada é um grande erro. Segundo a coordenadora do
programa Mulheres em Ação da Bovespa, Ângela Barros, esse tipo de atitude
incentiva a cultura da dívida.
Para ela, a mesada é a melhor forma de se educar financeiramente as crianças,
mas Ângela também indica que os pais devem dar o dinheiro separado em dois
envelopes, sendo um com a quantia que o filho pode gastar, e o outro com o
dinheiro que deve guardar. "A criança tem que sentir o dinheiro saindo, lidar,
conhecer a cédula, e a mesada é a melhor ferramenta", afirma
Papel das mulheres
Ângela também afirma que as mulheres, por serem mais preocupadas com o futuro e
a educação de seus filhos, têm um papel fundamental para passar conhecimentos
financeiros. Para ela, mesmo quando o filho ainda é bebê, e estiver chorando, a
mãe não deve se desesperar para fazê-lo parar. "Assim, já está passando noções
de espera", explica.
Ela também considera que, quando os pais forem abrir uma conta poupança para a
criança, devem levá-la junto, para que já possa ter contato com o mundo
financeiro, e saiba de onde vem o dinheiro. "A partir do momento que a criança
tem noção do dinheiro, tem que explicar sobre investimentos, e a importância de
economizar", considera.
Durante palestra na Expo Money São Paulo, a coordenadora do Mulheres em Ação
afirmou que, atualmente, já existem mães e avós que dão a seus filhos cotas em
clubes de investimentos como presente de aniversário ou dia das crianças.
Para Ângela, os pais também devem lembrar aos filhos que começarem a trabalhar
sobre as oportunidades de investimento do dinheiro. "Começou a trabalhar tem que
falar para separar, porque quando a pessoa ainda é jovem dá para poupar 50% (do
salário) por mês, hábito que, em alguns anos, tem o efeito bola de neve", afirma
ela, lembrando que, com a incidência de juros, o dinheiro guardado irá crescer
de forma significativa, podendo ser de grande ajuda no futuro.