Clique aqui para ir para a página inicial
 

Pular Links de Navegação
»
Home
Contato
Calculadoras
Consultoria
Conteúdo
Cotações
Perfil/Testes
Serviços
Parceiros
Mapa site
[HyperLink1]
Cadastrar
 
    
Assuntos

Total de artigos: 11132
    

 

 

Carreira / Emprego - Quando Começa o Futuro?  

Data: 05/11/2007

 
 

A duração, na qual estamos imersos é a mobilidade pura. Está além de nossa expressão analítica. Mas, podemos identificar a sucessão dos acontecimentos entre uma consciência em fluxo e o mundo externo. Intuímos a presença de padrões e conexões lógicas e necessárias. Assentimos uma relação imediatamente dada desta consciência consigo mesma e com a exterioridade, mas dentro deste incessante vir-a-ser, somente entendemos este continuum criando divisões.

Ontem, hoje e amanhã são nomes dados aos recortes que efetuamos, espacializando o tempo. Esta é a maneira pela qual uma parte de nossa racionalidade, a inteligência, opera: em função da utilidade. Nada mais útil do que poder controlar um fenômeno. Estas técnicas nos permitem um determinado grau de acerto ao analisarmos, prevermos e controlarmos como se dão estas relações e interações que nos atingem. Também permitem validar ou não juízos e opiniões, estratégias e pensamentos. Atravessamos deste modo peculiar, as instâncias de nossa condição especia de existência social (biopsicosocial?) a que chamamos mundo, por via de apropriações.

Um estranhamento: Sempre que alguém quer atenção para seu discurso, o relaciona a uma série de fontes de dados. Em alguns casos, para fazer a devida referência ou buscar subsídios para o debate. Mas, na esmagadora maioria dos casos se faz isso apenas para apoio de plataformas próprias. Nada mais natural, o ser humano médio é assim mesmo e sempre busca o apelo à autoridade, que está vigente desde a idade média, a despeito de todo esforço de Descartes.

O mesmo se dá em relação a opiniões, chancelas, análises e levantamentos encomendados para mensurar sociedades, as chamadas pesquisas e verificações: apresentamos sintomas de uma endêmica necessidade de confirmações, de “opiniões” autorizadas, a nos apontar qual seve ser a interpretação do real. Mas, pesquisas dependem da metodologia e, como se sabe, elas a priori não são isentas. Cabe verificação empírica.

Mesmo porque o que se recolhe é fruto de questionários e estratificações planejadas e raciocínio indutivo. Ou seja: não se levantam dados da realidade, mas apenas se busca confirmar conjecturas ou caminhos para estratégias já previamente traçadas. Um exemplo clássico são os levantamentos sociais: O ethos ultrautilitarista dá o tom da política atual. Mas dificilmente se apontam rumos ou soluções. Seria cômico se não fosse trágico este apontar, este delimitar de indicadores e nenhuma ação. Quando avançaremos rumo ao bem comum?

Temos a tendência de "confiar" em números. Coisas bonitas que adquirem substância e realidade quando apresentadas em gráficos e planilhas? Como chegamos a isto? Difícil resumir aqui, mas digamos que temos um bom caminho já andado e a ignorância anda de mãos dadas com a ilusão.
Há muito já se fez a denúncia: Ciência não é pura, no entanto busca-se a fundamentação na razão e no "esclarecimento”. Esta é uma crença perigosa. A política se vale de meios e entremeios que fariam corar Maquiavel, sendo a indiferença com as bases sua pior faceta.

Poucos se dão conta de que suas opiniões são, mormente, vazias e superficiais, só valem para expressar sua própria frustração. Uma vez extrapoladas para o contexto, se perdem, vazias e, sem fundamento ou inaplicáveis, portanto, descartáveis e descartadas pelos mandatários. Exemplos não faltam: já tivemos escândalos e manipulação de dados e veiculação suspeita na mídia e no governo antes. Os indicadores não são melhores hoje.

A ordem do discurso ainda impera. No campo das "verdades" estatísticas, a crença é xiita: saiu a tabulação têm-se a “verdade”. No entanto, metodologias a priori não são isentas, assim cabe verificação empírica das chamadas "tendências". O niilismo midiático reforça o senso oportunista de uma população sem cultura: aposta-se no que tem mais pontos. Tudo é jogo e interesse. Definimos no Brasil um novo estágio do utilitarismo preferencial e os filósofos ainda não chegaram a perceber a capacidade da perversidade instalada. Quando avançaremos? Tudo deve ser levado em conta de "interesses de mercado", "estratégia e gestão".

Até que ponto os cânones da administração devem nortear o humano? Todos caminhamos rumo às conceituações e esquecemos que a espacialização do tempo nos lega apenas os substratos teóricos que inundam este país de "papers". Ações são tímidas. A prática encarnada mata o espírito. Resultado: Todos amam com parcimônia e gozam com tibieza, sonegando muito neste percurso.


A pergunta que não quer calar é atualmente múltipla: Porque o desemprego estrutural, com ou sem Marx? Porque ainda a voz do cidadão não encontra meios de coerção contra o Estado? Porque a Justiça é cega, surda e lerda? Porque se morre nas filas dos hospitais e, depois de dada a notícia o âncora sorri e passa a falar de futebol e tudo bem? Porque desviamos o olhar dos que estão caídos nas ruas? A resposta não está pairando no vento, está escrita nos códigos empoeirados, no marketing aético, nas autarquias e nas associações.

Estamos longe de uma república calcada na paidéia, na meritocracia, na equidade concorrencial ou sequer desenvolvimento. Mas esta é a parte fácil, já que lutamos contra um tributarismo feroz. Mentalidade opressora que distorce e, não raro, inviabiliza a vida das pessoas e empresas. O difícil é delimitar o alcance de uma vontade de potência que constrangeria até os homens do porvir, embora dirigidas aos mais ferozes instintos hedonisticamente atuais. Tempos e costumes? Faça seu comentário num blog para ninguém ver! Sim! Todos falam, mas ninguém escuta. Passeia-se entre transglobalismos e novas nomenclaturas, no entanto as fórmulas se esgotam.

Dionisio está solto! Voltando ao assunto, se manipular está no vade mecum das ações, porque não das informações e dados? O que impede os subterfúgios, as interpretações dolosas, as chicanas jurídicas e estatísticas? A possibilidade de usar o avião em campanha é remotamente ética. Presidentes do senado enroscados em modelos crônicos de corrupção, logo serão substituídos por outros tantos lobbies e jabás.

Tudo vai mal, esganiçava-se Robertão Rei, mas o pior é saber que poucos terão coragem ou inteligência para ousar ações impeditivas do mal. Já os sectários das disciplinas ditatoriais florescem a cada calourada nas universidades públicas e após invadirem reitorias e cantarem Vandré, vão embora com o pequeno butim para o boteco. Mas estes são apenas pequenos e anacrônicos imbecis. Malvados mesmos são os que dão usinas para terroristas e fazem ameaças tributárias, dizendo que se cortarem impostos haverá menos feno para o gado.

Mas, para os que cultivam a idolatria dos indicadores não posso deixar de contribuir com algumas estimativas: Enquanto finalizo estas mal traçadas linhas, 5 ou 6 pessoas morreram assassinadas no estado e outras 15, talvez menos, de fome e doenças parasitárias. 10 empresas fecharam e milhares foram despedidos. Umas tantas enlouqueceram e mataram a amante, enquanto outros cometeram latrocínio, concussão ou foram para a cama com crianças. Traficantes se reúnem toda noite embaixo de minha janela, que tranco cuidadosamente pois não posso contar com uma polícia investigativa e firme. Se eu denunciar me identificando, estarei com os dias contados.

Amanhã tento engolir isto, de novo, com um café preto (sem racismo) e um pão na chapa. E o espetáculo da vida continua! Até que a ingrata das gentes me surpreenda nas mandíbulas de um cachorro ou naquela bala perdida. Se tiver sorte, viverei para contemplar a extinção dos últimos ecossistemas e me abrigarei nas marquises sem chuva do pesadelo de Loyolla Brandão, após o fim das economias de mercado. Cruz credo! Nem sei o que é pior.


Contudo é isto o que nos espera e o que estamos acostumados a aceitar - calados e sem meios de gritar -, mesmo que quiséssemos. Faltam instrumentos eficazes e a própria liberdade de expressão e de agir é um controle imposto a todos: digam o que quiserem, ninguém ouvirá. Horários nobres não vendem mais tanto. Jornalistas não formam opinião. Estudos de mercado agora têm prazo de validade. O atendimento foi terceirizado, o acesso a lugar nenhum agora é virtual, as leis e processos são ininteligíveis; a segurança e o dinheiro também estão distantes. Fugir ou lutar também é complicado: marxismos são ignorantes, míopes e antidemocráticos, mas poderios econômicos são devastadores, assertivos, sombrios e acachapantes. De outro lado a inércia estutural das economias de mercado, determina mobilizar canais de distribuição e modos de comunicação cada vez mais padronizados. Realidade é igual à percepção? Será?

A questão, entre outras é: O que será de nós agora, que o tempo já chegou? Mas, também podemos perguntar: Quando começa o futuro? Alcançará o bicho homem o seu destino? Quando avançaremos para o bem comum? Quando viverei e morrerei como homem e cidadão? Acabou o texto e falta ainda tanto a dizer...



 
Referência: Enviado por: Luís Sérgio Lico é Filósofo, Escritor e Conferencista. http://palestras.consultivelabs.com.br
Autor: Luís Sérgio Lico
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :