Finanças pessoais - Adequar-se aos preceitos da sustentabilidade é mais fácil e barato do que parece
Apesar de parecer complicado, adequar-se aos preceitos da sustentabilidade é
mais fácil e barato do que parece. Pequenos ajustes, como monitoramento da
geração de resíduos para reduzi-los sempre que possível, verificação da
utilização de energia e possibilidade de redução do consumo, readequação, se for
necessário, da iluminação da empresa, diminuição no consumo de água e
implementação de programas de incentivo aos funcionários, não requerem
investimentos altos e podem trazer grandes benefícios.
Para orientar os empresários dos pequenos negócios paulistas nesta questão, o
Sebrae-SP lançou o projeto Gestão Ambiental. A proposta é formular um conjunto
de práticas administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e a
segurança das pessoas e a proteção ao meio ambiente. Todas as fases do ciclo de
vida de um produto e de uma empresa estão incluídas no programa.
Durante a cerimônia de apresentação dos resultados do projeto-piloto, realizado
com a participação de 125 pequenas empresas, o diretor-superintendente do
Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, reforçou a importância da participação dos
pequenos negócios na gestão sustentável.
"Não existirá empresa no futuro que não trate de responsabilidade social e meio
ambiente. Nós precisamos estar preocupados com isso e nossos clientes, as micro
e pequenas empresas, podem e devem contribuir para uma sociedade melhor, por
meio da adequação de seus produtos a essas exigências", concluiu.
Resultados do diagnóstico
Segundo a gestora do programa, Dorli Martins, foi elaborado um relatório de
auditoria ambiental para cada uma das empresas participantes do projeto-piloto.
"Com o relatório em mãos, o empresário soube quais eram todas as suas
conformidades e inconformidades, podendo se programar para implementar as
mudanças necessárias".
Ela aponta também que os resultados apresentados foram surpreendentes: redução
de 40% no consumo de matéria-prima e de 30% no de energia elétrica, além da
legalização de nove lavanderias industriais da cidade de Cajamar. Participaram
empresas dos segmentos de cerâmica vermelha, produtores de cachaça, oficinas
mecânicas, plásticos, metal-mecânica, brinquedos de madeira, calçados e
lavanderias industriais.
O diagnóstico apontou ainda que as MPEs dos setores estudados geram resíduos, em
média, de 40% (cerâmicas), de 35% (couro e calçados), 30% (brinquedos de madeira
e plástica), 5% (cachaça) e 10% (oficinas mecânicas).
A implantação do prognóstico será executada por meio de aperfeiçoamento
tecnológico, monitoramento e certificação de boas práticas ambientais, com
validade de um ano para as empresas que fizerem as implantações recomendadas,
além da elaboração de cartilhas de eficiência energética para os setores de
calçados, cerâmica vermelha, lavanderias industriais e plásticos.
Novo conceito
O professor da Unesp e consultor do programa, Alcides Lopes Leão, acredita que a
aplicação do novo conceito de ecomenia (ecologia + lucro) pode ajudar em muito
os empresários a melhorarem seus negócios, adequando-os à gestão sustentável.
"Embora pareça um conceito abstrato, a ecomenia aborda um passo-a-passo para o
empresário contabilizar os riscos e os benefícios de uma ação. Ajuda a avaliar
corretamente os riscos da atividade e os benefícios e onde se situar para manter
a sustentabilidade. Toda vez que ele não optar por uma ação ambientalmente
sustentável, ou seja, ecomênica, estará sujeito a uma série de desperdícios. Por
outro lado, se subutilizar sua capacidade produtiva, por meio de uma ação não
tão ecomênica, mas muito mais extrativista, pode estar perdendo mercado. O
equilíbrio é não se voltar totalmente ao extrativismo e também não ir com muita
sede, para não superexplorar os seus recursos, sob risco de não se sustentar".
A partir do segundo semestre, o projeto será estendido a todo o estado e as
empresas interessadas devem procurar o Escritório Regional do Sebrae-SP mais
próximo. "A questão ambiental é um diferencial competitivo dos pequenos negócios
e os empreendedores estão se dando conta disso", conclui Dorli.
Para mais informações, ligue para 0800 570 0800.
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