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Consumidor - Sem controle, compra de roupas deixa de ser prazerosa e prejudica contas 

Data: 14/07/2008

 
 
O que pode ser muito prazeroso para algumas pessoas tende a se tornar um martírio para outras, se não houver controle. A compra de roupas é uma das compulsões mais comuns entre os seres humanos, por conta do poder que as peças podem exercer sobre as pessoas.

De acordo com o professor de comportamento do consumidor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Eduardo Ayrosa, a compulsão por roupas pode refletir insegurança em outras áreas da vida, sobretudo no trabalho e no amor.

"É muito comum encontrar pessoas que compram muitas peças de vestuário, geralmente caras, apenas para se firmar na carreira ou mostrar poder. Na maior parte dos casos, estes indivíduos têm baixa auto-estima", explica.

É preciso estabelecer limite
Segundo Ayrosa, não existe um percentual do orçamento que deva ser destinado à compra de roupas, como é possível estabelecer com as despesas de moradia, por exemplo. O que deve ficar claro é que as aquisições não podem trazer problemas financeiros às pessoas.

Neste sentido, uma dica interessante é que os indivíduos separem as peças que são realmente necessárias e as supérfluas, adquiridas apenas para os deixarem mais felizes. No primeiro caso, as compras devem entrar como despesa mensal não prevista.

Já no segundo, as aquisições devem ser feitas apenas se houver dinheiro disponível no fim do mês, após o pagamento de todas as contas e separação de uma certa quantia para a reserva de emergência.

Peso maior no bolso
De acordo com o Índice da Moda elaborado pela FGV, as roupas femininas ficaram 23,04% mais caras entre 2001 e 2007, e as masculinas, 27,94%. Nos dois casos, os percentuais ficaram bem abaixo do índice de inflação geral do período, 57,04%.

No período, os destaques ficaram com os blazers masculinos, cujo aumento chegou a 60,54%, e com os agasalhos masculinos, que ficaram 17,82% mais baratos, segundo a entidade.

 
Variações percentuais acumuladas entre 2001 e 2007
Peça Masculina Feminina
Bermuda +31,95% +12,02%
Blazer +60,54% -
Calça +35,82% +25,56%
Camisa +20,39% -
Para prática esportiva +31,18% -
Agasalhos -17,82% -14,55%
Íntimas +43,76% +39,66%
Terno +12,44% -
Blusa - +18,58%
Conjunto - -0,52%
Vestido e saia - +33,99%
Sandálias +35,75% +9,52%
Sapatos +16,08% +25,79
Tênis +39,80% +37,55%

Fonte: FGV/Ibre/DGD

Dicas para a compra
Além de pensar se realmente existe necessidade de adquirir determinada peça de roupa ou não, é preciso pensar se ela combina com o que há em seu guarda-roupa, entre outras peças, sapatos, cintos etc.

Isso porque, se uma peça adquirida não combinar com as outras, você corre o risco de deixá-la no canto sem uso ou então, ter de gastar mais dinheiro comprando outras peças e acessórios para poder usar com ela.

Outra dica importante é calcular o custo-benefício das roupas: mais vale adquirir uma calça básica mais cara, por exemplo, que poderá ser usada diversas vezes, do que um vestido longo luxuosíssimo ou smoking, que servirão para pouquíssimas ocasiões.


 
Referência: InfoMoney
Autor: Giovanna Rodrigues
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