Consumidor - Sem controle, compra de roupas deixa de ser prazerosa e prejudica contas
O que pode ser muito prazeroso para algumas pessoas tende a se tornar um
martírio para outras, se não houver controle. A compra de roupas é uma das
compulsões mais comuns entre os seres humanos, por conta do poder que as peças
podem exercer sobre as pessoas.
De acordo com o professor de comportamento do consumidor da FGV (Fundação
Getúlio Vargas), Eduardo Ayrosa, a compulsão por roupas pode refletir
insegurança em outras áreas da vida, sobretudo no trabalho e no amor.
"É muito comum encontrar pessoas que compram muitas peças de vestuário,
geralmente caras, apenas para se firmar na carreira ou mostrar poder. Na maior
parte dos casos, estes indivíduos têm baixa auto-estima", explica.
É preciso estabelecer limite
Segundo Ayrosa, não existe um percentual do orçamento que deva ser destinado à
compra de roupas, como é possível estabelecer com as despesas de moradia, por
exemplo. O que deve ficar claro é que as aquisições não podem trazer problemas
financeiros às pessoas.
Neste sentido, uma dica interessante é que os indivíduos separem as peças que
são realmente necessárias e as supérfluas, adquiridas apenas para os deixarem
mais felizes. No primeiro caso, as compras devem entrar como despesa mensal não
prevista.
Já no segundo, as aquisições devem ser feitas apenas se houver dinheiro
disponível no fim do mês, após o pagamento de todas as contas e separação de uma
certa quantia para a reserva de emergência.
Peso maior no bolso
De acordo com o Índice da Moda elaborado pela FGV, as roupas femininas ficaram
23,04% mais caras entre 2001 e 2007, e as masculinas, 27,94%. Nos dois casos, os
percentuais ficaram bem abaixo do índice de inflação geral do período, 57,04%.
No período, os destaques ficaram com os blazers masculinos, cujo aumento chegou
a 60,54%, e com os agasalhos masculinos, que ficaram 17,82% mais baratos,
segundo a entidade.
Variações
percentuais acumuladas entre 2001 e 2007 |
Peça |
Masculina |
Feminina |
Bermuda |
+31,95% |
+12,02% |
Blazer |
+60,54% |
- |
Calça |
+35,82% |
+25,56% |
Camisa |
+20,39% |
- |
Para prática esportiva |
+31,18% |
- |
Agasalhos |
-17,82% |
-14,55% |
Íntimas |
+43,76% |
+39,66% |
Terno |
+12,44% |
- |
Blusa |
- |
+18,58% |
Conjunto |
- |
-0,52% |
Vestido e saia |
- |
+33,99% |
Sandálias |
+35,75% |
+9,52% |
Sapatos |
+16,08% |
+25,79 |
Tênis |
+39,80% |
+37,55% |
Fonte: FGV/Ibre/DGD
Dicas para a compra
Além de pensar se realmente existe necessidade de adquirir determinada peça de
roupa ou não, é preciso pensar se ela combina com o que há em seu guarda-roupa,
entre outras peças, sapatos, cintos etc.
Isso porque, se uma peça adquirida não combinar com as outras, você corre o
risco de deixá-la no canto sem uso ou então, ter de gastar mais dinheiro
comprando outras peças e acessórios para poder usar com ela.
Outra dica importante é calcular o custo-benefício das roupas: mais vale
adquirir uma calça básica mais cara, por exemplo, que poderá ser usada diversas
vezes, do que um vestido longo luxuosíssimo ou smoking, que servirão para
pouquíssimas ocasiões.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Giovanna Rodrigues
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