Investimentos / Fundos - O que avaliar antes de investir em um fundo de cotas?
Nem todos os investidores sabem, mas, no Brasil, existem mais fundos de cotas do
que fundos de investimentos tradicionais. Segundo a Anbid (Associação Nacional
dos Bancos de Investimento), ao final de outubro, dos 7.677 fundos geridos no
país, 4.083 eram fundos de cotas.
Estes fundos não investem diretamente em ativos, mas sim em cotas de outros
fundos. Como explica a gestora de recursos Advisor Asset Management, alguns
investidores não têm tempo ou experiência para analisar e encontrar os melhores
gestores do mercado.
É aí que entram os fundos de cotas: existe uma pessoa ou equipe dedicada
unicamente a esta análise. Outro diferencial dos FIC (Fundos de Investimento em
Cotas) é a diversificação de risco. Mesmo que determinado fundo apresente fraco
desempenho em determinado período, o resultado será diluído na carteira.
Por fim, os fundos de cotas também são utilizados para a criação de fundos
exclusivos. De acordo com a Advisor, para investidores com maior patrimônio, um
FIC exclusivo traz benefícios fiscais e operacionais se comparado à alternativa
de se aplicar separadamente em outros fundos de investimento tradicionais.
Antes de investir
Contudo, não é porque o fundo de cotas se propõe justamente a procurar os
melhores gestores do mercado que o investidor está isento de avaliar o FIC antes
de investir. A Advisor traça uma série de fatores quantitativos e qualitativos
que podem guiar a escolha por um fundo de cotas.
"Na prática, a escolha de fundos não deixa de ser uma arte, pois no final das
contas investir em um fundo é acreditar que o gestor tem talento para conseguir
resultados superiores e os métodos quantitativos e qualitativos são capazes de
capturar apenas parte desse talento", conclui a gestora.
Métodos Quantitativos |
Métodos Qualitativos |
- retorno absoluto: rentabilidade passada do fundo em diversos
períodos;
- retorno relativo: rentabilidade passada em relação a
diversos indicadores de mercado;
- nível de risco: volatilidade do fundo, uma medida da
variação diária no valor das cotas;
- consistência: percentual de meses acima e abaixo do
benchmark;
- máxima perda: diária e/ou mensal;
- retorno em relação ao risco: medido pelo Índice de
Sharpe, indicador muito utilizado para avaliação de risco e retorno;
- máxima perda acumulada: e quanto tempo para recuperar a
perda;
- correlação: medida de quanto o fundo anda em conjunto com
um índice de referência como o Ibovespa ou a taxa de câmbio. No caso
de hedge funds, quanto menor a correlação, melhor a
avaliação;
- comportamento durante crises: desempenho do fundo em
episódios passados de crises no mercado ou de alta volatilidade;
- histograma dos retornos: o objetivo é analisar se o fundo
obtém seus resultados de maneira consistente ou alguns poucos dias
são responsáveis pela maior parte do resultado;
- taxas e benchmark: custos para se investir no fundo;
- tempo de existência e patrimônio líquido: variáveis que
podem ser usadas como critérios de corte para fundos considerados
novos ou pequenos.
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- histórico da empresa: evolução da empresa responsável pela
gestão do fundo;
- perfil do gestor do fundo: com foco na pessoa com
responsabilidade final pelas decisões do fundo, com o objetivo de
avaliar a experiência profissional, formação acadêmica e
referências;
- reconhecimento pelo mercado: opinião dos demais gestores
sobre o fundo, o gestor e a empresa de gestão;
- discurso X realidade: avaliação se as explicações
para os resultados passados correspondem à realidade observada nos
mercados financeiros;
- provedores de serviços: avaliação das empresas provedoras
de serviços para o fundo (por exemplo administrador, custodiante,
auditor);
- relacionamento com investidores: política de
relacionamento e divulgação de informações para investidores. Quanto
mais transparência, melhor para a análise do desempenho do fundo;
- infra-estrutura da empresa: disponibilidade de
equipamentos, sistemas, provedores de informação e outros serviços
necessários ao bom funcionamento de uma gestora;
- equipe de análise à disposição do gestor: avaliação da
composição e do perfil da equipe de análise de investimentos da
empresa;
- risco de crédito: avaliação se o fundo incorre em risco
de crédito, ao fazer CDBs de bancos de segunda ou terceira linha,
por exemplo; e
- estratégias aplicadas: principais estratégias aplicadas
na gestão do fundo. O objetivo é avaliar se os perfis do fundo, do
gestor e da empresa são adequados à aplicação das estratégias
descritas.
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