Trabalhar no Brasil depois dos 40 ou 50 anos ainda é um problema: esta faixa
etária continua sendo considerada alta para o mercado de trabalho. Com isto,
podemos perceber que a vida útil profissional do brasileiro é baixa: quando se
forma cedo conclui a faculdade aos 22 e aos 40 anos já está sendo considerado
velho.Este é ainda um grande erro de nossa cultura empresarial. Não se pode
negar que pessoas mais maduras ainda têm muito que contribuir. Já acumularam
muita experiência e ainda dispõem de vitalidade. Infelizmente, além do
comportamento das empresas, na maioria das vezes, são as próprias pessoas as
culpadas de sua situação por muitos aspectos:
* Incorporam e não abandonam paradigmas ultrapassados.
* Não se atualizam porque acham que, com tantos anos de experiência, sabem muito
e não precisam acompanhar as mudanças.
* Entregam-se ao sentimento de “estou velho” não posso competir com os mais
jovens.
* Nas atividades profissionais e extra-profissionais isolam-se dos mais jovens,
considerando que eles “são outra turma”.
* Não cuidam de suas condições físicas, ao não fazerem exercícios e não
respeitarem as suas limitações ao trabalhar sem equilíbrio.
* Evitam novos desafios.
* Muitos têm medo de mostrar ao mercado que devem ser vistos de forma diferente.
E com tudo isto, os mais velhos põem a culpa no preconceito das empresas em
relação à sua faixa etária e se entregam a esta “realidade” que eles, muitas
vezes, criaram ou não trabalharam para modificar. São eles as vítimas da sua
própria postura.
Agora, para felicidade dos mais “maduros” está acontecendo uma mudança muito
importante: a experiência deles está voltando a ser valorizada no mercado, que
estava antes muito focado na energia e na atualidade do conteúdo dos
profissionais mais novos. Pesquisas do IBGE mostram um pequeno, mas contínuo
aumento do índice de emprego dos profissionais mais maduros.
O que está levando, então, a esta alteração?
Além da mudança da percepção das empresas, muitos “maduros” para se manterem no
mercado estão conseguindo saídas para os problemas, investindo especialmente:
* Em cuidados com o seu bem-estar físico geral (exercícios e alimentação
adequada). Isto vai lhes gerar mais vitalidade.
* Na busca do conhecimento dos próprios limites e não trabalhando como se o
mundo fosse acabar no dia seguinte. O que, através do respeito ao seu próprio
organismo lhes preservará a saúde.
* No equilíbrio entre o trabalho, o lazer, a atualização profissional e a vida
familiar. O que vai lhes permitir qualidade de vida e bem-estar para se dedicar
ao trabalho com boa disposição, qualidade e atuar como agente de bons
relacionamentos interpessoais.
* Na atualização profissional permanente, fazendo cursos de curta ou longa
duração como especializações e MBA. Isto vai permitir que estejam sempre
atualizados.
* No comportamento pró-ativo e nas ações criativas. Para estar na vanguarda.
* No enfrentamento dos problemas e busca de novos desafios que podem até mesmo
estar em áreas distintas de sua formação original. Isto vai lhes dar motivação
e, ao alcançar os desafios, o sentimento de realização e o estímulo para
continuar.
* Na procura da convivência com os mais novos, que estão iniciando-se na vida
profissional, aprendendo a sua linguagem, suas novas idéias, enfoques, valores e
teorias, que podem trazer contribuições para o seu crescimento. Isto vai lhes
dar respeitabilidade e admiração entre eles.
* Na busca de convivências com os “maduros”. Isto vai lhes permitir absorver
experiências dos demais.
* Na observância das tendências do mercado de trabalho (técnicas e novas
abordagens, aspectos de postura profissional mais valorizados pelas empresas).
Isto vai lhes mostrar novas condutas profissionais e quebras de paradigmas.
* No questionamento dos próprios paradigmas, o que vai lhes permitir mudar
constantemente e serem vistos como abertos a mudanças.
* Na obtenção do feedback de todos (clientes externos e clientes
internos) sobre o seu trabalho, para correção de condutas e melhoria de seu
desempenho.
* Na criatividade ao buscar novas alternativas como se tornar empreendedor,
mudar de atividade (até mesmo para uma mais simples, porém rentável), canalizar
a sua experiência profissional como instrutor ou consultor, buscar concursos
públicos ou mudar de uma grande para uma pequena empresa onde a idade não pesa
tanto e a sua experiência e seu conhecimento são valorizados.
* Na valorização do diferencial dado pela aplicação do seu “expertise” e sua
experiência acumulada, sem os efeitos danosos da paralisia de paradigma. Para
mais respeito e valor!
* Ao deixar claro pelas suas palavras e ações o seu comprometimento e sua
fidelidade à empresa, para gerar confiabilidade!
O profissional com estas novas posturas e em constante melhoria terá o seu
“lugar ao sol” porque apresentará diferenciais que o manterão no mercado de
trabalho, sem ser ameaçado a todo o momento pelos mais jovens e sim sendo um
referencial para eles e para a empresa.