Tanto as pequenas empresas quanto as grandes oferecem prós e contras a seus
funcionários. No primeiro caso, o consultor de recrutamento da Case Consulting,
Paulo Brinholi, explica, por exemplo, que o profissional exerce muitas funções
simultaneamente, já que, de maneira geral, os empresários não têm capital para
contratar uma equipe ampla. Também é por esse motivo que o profissional acaba
sendo mais valorizado.
No entanto, para Brinholi, os gestores imediatos costumam cumprir o papel de
valorizar o funcionário nas grandes companhias. "Eles tratam o funcionário de
sua equipe como se ele estivesse em uma pequena empresa e reportam tudo o que
ocorre à diretoria."
E mesmo que a empresa pequena garanta mais visibilidade ao profissional no
dia-a-dia, em termos de plano de carreira, as oportunidades oferecidas são mais
limitadas.
"Dizem que em empreendimentos de pequeno porte é mais fácil chegar a cargos de
liderança, porém não acredito nisso. Nas pequenas, há menos posições de chefia e
as poucas que existem geralmente são ocupadas há tempos por um funcionário cujas
chances de sair da empresa são remotas, pois são pouco assediados pelas
companhias concorrentes."
Salário e experiência
O consultor da Case Consulting afirma que, geralmente, as grandes empresas
oferecem melhores salários. "Mas é claro que existem MPEs competitivas que, para
não perder seus talentos, pagam remunerações compatíveis com as grandes
empresas", contrapõe.
Entretanto, se a grande companhia pode ser interessante, quando é levada em
conta a remuneração, as pequenas são as que geralmente abrem as portas aos
novatos, recém-formados e com pouca experiência. "A pequena empresa é uma ponta
de entrega mais rápida àqueles menos experientes."
Currículo
Todavia, para o currículo, a passagem por uma grande empresa chama mais a
atenção. "Embora o headhunter esteja vacinado contra isso", garante Brinholi.
O fato é que as multinacionais e empresas de grande porte estão cada vez mais se
profissionalizando e tornando os processos seletivos mais rígidos. A lógica de
quem está contratando é de que, se o profissional passou por aquela difícil e
competitiva peneira, ele deve ser bom.
Felizmente, lembra ele, as pequenas também estão realizando processos de escolha
de funcionários rigorosos, com testes psicológicos, dinâmicas em grupo e
avaliações de conhecimento.
Avalie
Quanto ao ambiente de trabalho, a pequena empresa pode realmente ser mais
amigável, uma vez que, com menos funcionários, as chances de competitividade
entre colegas são menores. Brinholi enfatiza, porém, que nas grandes é possível
aprender muito, graças ao relacionamento com profissionais dos mais diversos
perfis, às possibilidades de viagens e à própria cultura da empresa, cultivada
ao longo das décadas.
"Agora, realmente, se a pessoa não se sentir realizada em uma grande corporação,
ela deve procurar uma companhia de menor porte. Entretanto, é necessário avaliar
até que ponto o mais cômodo é o ideal para a carreira", opina. "Em uma empresa
pequena, tudo parece ser mais fácil e calmo. Todos são amigos, não há
competição, a equipe é unida... Mas acredito que a passagem e a experiência
obtida em um lugar mais agressivo e competitivo, futuramente irão valer mais a
pena", conclui.