Não há investimento melhor para o salário extra
do final do ano do que usá-lo para quitar dívidas que cobrem juros superiores
aos atuais.
É aconselhável aos inadimplentes a reservar a primeira parcela do 13º
salário para renegociar as dívidas. E ainda recomenda pagar as contas sem se
endividar novamente. Quem tem dívidas, deve aproveitar as diversas opções
oferecidas pelas financeiras, lojas e bancos, como o alongamento dos débitos, o
desconto para quitações à vista e o abatimento nas taxas de juros e nas multas,
para saldar seus débitos. Uma boa negociação pode garantir descontos
progressivos no principal da dívida e ainda permitir a retirada do nome dos
cadastros de inadimplentes.
Para aproveitar a maior flexibilidade de lojas e financeiras para negociar,
na tentativa de recuperar créditos, os endividados devem fugir das tentações do
comércio. O 13º salário injetará R$ 48 bilhões na economia. Mas não precisam ser
gastos. Os brasileiros com débitos no cheque especial, em cartão de crédito, em
empréstimos pessoais ou prestações em lojas, devem se empenhar para colocar as
contas em dia. A partir do momento em que conseguir renegociar a dívida, você já
pode exigir que seu nome seja excluído dos cadastros de inadimplentes.
Para essa renegociação, o devedor deve procurar o credor e pedir por escrito
um detalhamento da dívida, com os juros de mora e por atraso, e multas.
Dependendo da situação não é preciso
se valer de intermediários para a renegociação. As empresas especializadas em
renegociação de dívida e cobrança ganham um percentual sobre o valor a ser pago
pelo devedor, e têm interesse em cobrar o máximo possível do consumidor.
Ao fechar um acordo, o consumidor precisa ter cautela para não assumir um
valor que não possa pagar, comprometendo o orçamento familiar, sem resolver o
problema. O ideal é negociar prazos maiores e juros menores. O descontrole
financeiro, muitas vezes, é motivado pelas facilidades do crédito em situações
em que o consumidor não planeja os gastos. No cartão de crédito, por exemplo, há
quem pague somente o valor mínimo da fatura, financiando o restante, o que
transforma a dívida em uma ‘bola de neve’, que só aumenta.
Nesse caso, a algumas empresas recomendam a obtenção de um empréstimo pessoal, com
prazo mais longo e prestações menores, para quitação integral da fatura. Mas a
pesquisa de juros dos empréstimos é fundamental para que se resolva a questão.
As decisões de consumo não-prioritárias devem ser proteladas até a renegociação
da dívida. Quem está endividado, deve ter como meta a reestruturação do
orçamento doméstico. Com uma idéia mais clara das despesas e do potencial de
economia mensal, terá mais condições para renegociar.