Eles cuidaram de você, ensinaram muito do que sabem e deram uma ajuda
financeira para que você começasse a sua vida adulta, seja pagando a faculdade,
seja ajudando na formação de um patrimônio. Chegou a hora de retribuir aos pais.
Mas como organizar as finanças para isso?
De acordo com o educador financeiro Álvaro Modernell, quando os pais
precisam, é importante que os filhos ajudem. “A gratidão e a responsabilidade
familiar são sentimentos importantes que devem existir”, disse.
Um primeiro passo importante é auxiliar os pais quanto aos seus gastos,
quando pararem de trabalhar. “É bom que pais e filhos conversem a respeito para
melhor lidar com a situação e que os pais diminuam os gastos”.
Provavelmente, depois de parar de trabalhar, a pessoa que não fez um
planejamento financeiro adequado – por falta de consciência ou de oportunidade –
poderá ter uma queda brusca na renda, o que deve exigir uma adequação dos
gastos.
Plano de saúde: aliado do bolso!
Além do papel de “educador financeiro”, os filhos também podem ajudar
financeiramente os pais. Neste caso, o ponto mais importante é fazer um plano de
saúde, uma vez que os gastos na terceira idade são, em sua maioria, com remédios
e idas ao médico.
“É mais caro contratar o plano, mas dá estabilidade ao orçamento e reduz
elementos-surpresa”, comentou Modernell. Mas certifique-se sobre a qualidade do
plano, pois nada adianta tê-lo se ele não irá cobrir o que precisa.
Quanto antes checar as coberturas para os pais, melhor, pois cria-se uma
relação melhor com a seguradora e é possível negociar os valores. Veja se você
não consegue colocá-los como dependente também no seu plano de saúde.
Mesmo que eles ainda sejam novos e estejam em boas condições de saúde, vale a
pena pensar no assunto. Quanto mais o tempo passa, mais caro fica o plano e é
mais difícil incluir uma cobertura.
O seu orçamento
A ajuda aos pais só será possível se você tiver o orçamento em equilíbrio.
Modernell indica que se tenha uma reserva de emergência, ao economizar entre 10%
e 15% de tudo o que ganha por mês.
Também é interessante ter um plano de previdência privada. “Não para juntar
um valor específico, mas para que se possa contar com esse valor guardado para
ter tranquilidade financeira ou dar assistência aos pais”, pondera.
A quem realmente não tem condições de ajudar os pais financeiramente, é
possível tomar atitudes que mesmo assim farão diferença.
“As despesas devem ser compartilhadas entre os filhos. Quem tem maior poder
aquisitivo pode ajudar mais. Quem não puder ajudar pelo lado financeiro, que dê
uma ajuda que desonere os pais. Em vez de eles gastarem com um táxi, por
exemplo, dê uma carona”, enfatizou Modernell.