O processo de Recrutamento e Seleção de uma organização é a porta principal
de entrada de novos profissionais e futuros talentos. Por este motivo devemos
nos atentar na sua execução, pois assim teremos mais assertividade em atingir a
necessidade do nosso cliente interno, a empresa contratante.
O primeiro passo para realizar uma seleção é planejar, elaborar
um programa de contratação que envolva todas as etapas do processo seletivo,
analisando seus custos, riscos e recursos da própria organização.
Neste planejamento o selecionador deve integrar-se a todos os subsistemas da
empresa. Isto é, ter uma visão sistêmica da organização interna e externamente,
conhecendo seus concorrentes e suas atuações no mercado de trabalho.
Outro ponto fundamental ao selecionador é conhecer a cultura organizacional e
suas ramificações, sendo elas, o perfil do gestor que irá atuar diretamente com
o contratado, o ambiente de trabalho e seus colegas diretos.
Desta maneira o selecionador poderá filtrar com mais precisão os profissionais
interessados na vaga, pois apenas realizar o link do perfil técnico do
profissional com a necessidade da vaga, poderá ocorrer facilmente uma
contratação errada. A responsabilidade do selecionador esta muito além de captar
profissionais adequados ao preenchimento da vaga. É a partir dele que a
organização abre suas portas para desenvolver novos talentos e futuros
empreendedores.
Seleção Tradicional X Competências
Partindo do ponto que tudo se renova a cada instante e que o RH deve acompanhar
esta evolução para manter o desenvolvimento profissional e a atualização de seus
processos, o que podemos dizer das entrevistas tradicionais ou melhor, das
antigas entrevistas convencionais e engessadas?
A modernização influenciou muito o processo seletivo das organizações, agilizou
e customizou procedimentos que anteriormente eram morosos e emperravam
contratações consideradas como prioridades. Porém, todas estas facilidades nas
informações trouxeram uma popularidade aos procedimentos seletivos das
organizações. Isto é, a publicação de informações sobre como o candidato deveria
comportar-se diante de um processo seletivo, atingindo assim as expectativas do
selecionador, enfim, comportando-se de maneira robotizada ou, melhor,
padronizada - dentro do perfil estipulado conveniente ao de um "bom" candidato.
Perdeu-se assim a essência natural dos comportamentos reais dos candidatos nas
entrevistas.
Por este motivo e outros, os profissionais de RH devem atentar-se à inovação de
seus processos, diante da agilidade da modernização no mercado. Atualizar e
reciclar a maneira de selecionar um candidato, parte do princípio da
transformação deste selecionador, aceitar a mudança já é o início para enfrentar
novos desafios.
A entrevista por competência, por exemplo, veio com o propósito de revolucionar
e transformar o processo seletivo nas organizações, pois ela parte do princípio
que o comportamento passado do candidato remete a futuras ações que ele venha
enfrentar. Sendo assim, a entrevista tradicional está focada em ações futuras,
que o candidato poderá enfrentar ao longo de sua trajetória profissional, porém
focando ações que o mesmo acredita que "teria" diante de determinada situação.
A entrevista comportamental já parte de algo que tenha acontecido, ou seja,
situações vivenciadas por esse candidato que poderão ocorrer em seu ambiente de
trabalho, baseado nas ações passadas do mesmo, pressupõem suas ações futuras.
Não quer dizer que em todas as situações semelhantes o candidato agirá
exatamente igual, mas sua essência será basicamente a mesma, isto é, se o
comportamento revelar uma maneira intolerante a determinadda situação
constrangedora, possivelmente agirá de forma similar ao seu comportamento
passado.
A entrevista comportamental é uma ferramenta que ajuda a minimizar erros de
contratações e diminuir assim a rotatividade nas organizações, gerando um perfil
mais assertivo diante da necessidade da empresa. Assim, o perfil do novo
selecionador deverá ser sempre inovador, uma vez que deve aprimorar seus
conhecimentos e se diferenciar no mercado, buscar a atualização e a reciclagem
de suas ferramentas, que auxiliam nesta primordial etapa que poderá ser o início
da vida profissional de um candidato dentro da organização.