Economizar / Poupar - Para cortar despesas, procure detalhá-las em seu orçamento
Um instrumento fundamental para quem quer manter as contas em dia é, sem
dúvida, a planilha de orçamento. Por meio dela, é possível conhecer como anda
sua situação financeira, já que você irá organizar todos os seus rendimentos e
despesas em determinado período - pode ser em uma semana, a cada quinze dias ou
até mesmo em um mês.
Para não entrar no vermelho, o ideal é que seus gastos sejam compatíveis ou até
inferiores ao que você ganha. No entanto, se você, como a grande maioria das
pessoas, passa por períodos de descontrole financeiro, será necessário reajustar
as despesas à sua realidade.
Reorganizando as despesas
E tal como no regime de reeducação alimentar, no qual devem ser cortadas as
calorias excedentes das refeições, você pode eliminar os gastos supérfluos de
seu orçamento, como se estivesse fazendo uma reeducação dos hábitos de consumo.
Para tanto, será preciso detalhar esses gastos em sua planilha, de preferência
classificando-os conforme a periodicidade e freqüência com que aparecem.
Além disso, sabendo de antemão quais são suas despesas, você poderá prever
quanto terá de destinar para o pagamento delas.
Despesas fixas
Primeiramente, considere as chamadas despesas fixas, como aluguel, prestações de
imóvel, carro ou qualquer outro bem que estiver adquirindo (pelo menos até
terminar o financiamento), condomínio, contas de água, luz, telefone ,
mensalidade escolar ou do plano de saúde.
Esses gastos vão aparecer todos os meses em sua planilha, sempre no mesmo dia, e
são inadiáveis. Quer dizer, você não pode simplesmente esquecê-los ou
suprimi-los, a não ser que esteja consciente das conseqüências dessa atitude,
como a incidência de juros e multa moratória, na melhor das hipóteses, ou
jurídicas, na pior delas.
No caso do aluguel, condomínio ou prestações para compra de um bem, procure não
comprometer mais do que 30% da sua renda nos pagamentos. Além disso, em todos os
casos, tente negociar uma data de vencimento posterior à do recebimento do
salário - que, dependendo do caso, pode ser uma vez ao mês, no quinto ou décimo
dia útil, ou duas vezes ao mês, no quinto dia útil e todo dia 20 (adiantamento).
Dentre as despesas fixas, no entanto, existem aquelas que podem ser cortadas,
como as mensalidades da academia ou do clube, por exemplo. Antes disso, avalie
qual o impacto dessa medida em sua qualidade de vida, e a possibilidade de
passar a freqüentar um espaço gratuito onde possa praticar suas atividades
esportivas e se divertir com a família e os amigos.
Despesas sazonais
Logo a seguir, estão as despesas sazonais que, assim como as fixas, são
previsíveis e devem ser sempre relacionadas no orçamento, embora apareçam menos
constantemente. É o caso, por exemplo, de gastos com uniforme e material escolar
ou de presentes em datas comemorativas, como Dia dos Namorados, Dia dos Pais (só
para citar os dois próximos eventos do nosso calendário), aniversários,
casamentos, entre outras.
Em todas essas situações, vale a velha orientação da pesquisa de preços, para
encontrar a opção mais barata. Tente também resistir à tentação de parcelar suas
compras, porque, se for um pagamento a "perder de vista", essa despesa deixa de
ser sazonal para se transformar quase em uma fixa. E, quando seu orçamento
estiver reequilibrado, procure reservar, com antecedência, uma quantia para esse
tipo de gasto, pois, conforme já foi dito, é possível prever quando ele
ocorrerá.
Periódicas e imprevistas
Existem ainda as despesas periódicas que, como o próprio nome diz, ocorrem
apenas em certos períodos do ano, mas, ainda assim, podem ser previstas. Nessa
categoria, se enquadram o pagamento do IPTU, do IPVA, licenciamento e seguro do
carro.
Apesar de essas despesas serem menos freqüentes, não deixe de dar atenção a
elas, já que, no caso do IPTU, por exemplo, o esquecimento pode custar bem caro:
20% de multa sobre o valor da parcela. Caso tenha algum dinheiro sobrando (como
o décimo-terceiro) ou se sua situação permitir, avalie também se é mais
vantajoso quitar esses débitos à vista, obtendo um desconto. E, se tiver de
optar pelo parcelamento, considere a possibilidade de realocar a despesa no tipo
das fixas, temporariamente, até quitá-la por completo.
Por fim, mas não menos importante, estão as despesas imprevistas, que são um
verdadeiro pesadelo para quem não dispõe de uma reserva financeira e ainda tenta
se equilibrar no limite do cheque especial. Pode ocorrer, por exemplo, quando se
necessita com urgência dos serviços de um mecânico ou quando você, descuidado,
acabou ganhando uma multa de trânsito.
Para não se afundar ainda mais, siga o mesmo procedimento para as despesas
sazonais, ou seja, efetue a velha pesquisa de preços. E se tiver algum saldo
disponível na poupança, analise se não seria melhor retirá-lo para pagar essa
despesa, em vez de aumentar seu débito no cheque especial, já que os juros dessa
modalidade de crédito são bem maiores do que os do rendimento daquela aplicação.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Ana Paula Ribeiro
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