A maior parte das horas do nosso dia é gasta no trabalho, 
onde é preciso dividir o espaço, as tarefas e os projetos com um grupo ? seja 
grande ou pequeno ? formado por companheiros de trabalho. Companheiros que podem 
se transformar em grandes parceiros, mas que, muitas vezes, são tão diferentes e 
têm idéias tão distintas que se torna um desafio diário manter um ambiente 
sereno e produtivo de trabalho. 
Desentendimentos e dificuldades dentro da equipe são fatais 
para qualquer empresa. Constituir e dinamizar uma equipe de trabalho é uma 
tarefa longa, mas que compensa. ?Os times de sucesso tendem a desenvolver metas 
coletivas, que vão além daquelas que a empresa determinou para eles?, diz Werner 
Kugelmeier, diretor da WK Prisma, consultoria humana-empresarial de Campinas.
A receita para a equipe de sucesso, segundo o consultor, é a 
presença de uma liderança participativa e afetiva, movida por muito esforço e 
dedicação. ?Uma equipe é uma equipe de fato quando saiu da fase de (apenas) 
buscar resultados financeiros e passa a ter uma preocupação real com o bem-estar 
das pessoas, dentro e fora dela?, afirma Werner."Como o cérebro é composto pelo 
lado racional, o lado esquerdo do cérebro, e pelo intuitivo, o direito, a equipe 
também só ganha propulsão inteligente com a ativação destes dois lados", 
completa. 
De acordo com Werner, é vantajoso para a equipe ser composta 
por membros polivalentes e diferentes entre si. "Quanto mais polivalentes forem 
os membros, melhor. Um pouco de polêmica não prejudica; unanimidade, ao 
contrário, tende a atrofiar potenciais", afirma. "Os profissionais precisam ter 
senso crítico aguçado e até serem competitivos, mas com vontade e capacidade de 
cooperar com a equipe antes que a corda arrebente", defende o consultor. 
Para Werner, equipes que funcionam no esquema "o líder manda 
e os outros apenas obedecem" estão fadadas ao fracasso. "Se o líder só quer 
mandar, não precisa de equipe. Quando se unem inteligências, certamente o 
resultado é melhor", diz. 
Mas, para quem está dentro da equipe, como trabalhar no 
dia-a-dia com pessoas tão diferentes? Os conflitos são inevitáveis, mas, segundo 
Werner, são uma ótima oportunidade para o crescimento. 
Ter iniciativa e não esperar que os outros ajam por você é um 
primeiro passo para quem atua em equipes. "Quando se fala em trabalho em equipe, 
as formigas dão uma aula. Elas vivem numa estrutura organizada e sabem o que 
fazer pelo bem comum - sem receber ordens para agir. Quando estão em ação, a 
sincronia entre elas é tão perfeita que parecem funcionar como membros do mesmo 
corpo. São uma evidência de que a união gera força", explica. 
Mas, para que os resultados apareçam, é preciso que todos 
estejam engajados no bem comum. Juntos, os membros de uma equipe são capazes de 
fazer o que não iriam realizar, se trabalhassem cada um por si. 
O que fazer para a "alquimia" empreendedora de uma equipe 
funcionar de forma vencedora: 
- Objetivos comuns, assumidos individualmente 
- Papéis diferenciados, cada um fazendo sua parte e contribuindo para o coletivo
- Espaço autônomo, dando vazão à liberdade 
- Franqueza construtiva na articulação de pontos críticos - tapar o sol com a 
peneira não resolve; os conflitos e problemas devem ser expostos, discutidos e 
esclarecidos. 
- Receptividade objetiva na hora de escutar as críticas - trabalhar em equipe 
não é só criticar os parceiros. Saber ouvir é fundamental. 
- Integração com os outros times na busca de conhecimento e apoio 
- Motivação, coesão, organização 
O que mina os resultados esperados do trabalho em equipe: 
- Falta de confiança: as pessoas precisam se sentir à 
vontade, dispostas a mostrar sua vulnerabilidade e ter certeza de que seus 
pontos fracos jamais serão usados contra elas; o líder deve dar o ponta-pé 
inicial, mostrando a própria vulnerabilidade 
- Falta de conflito: as reuniões se tornam mornas e entediantes. O líder deve 
abrir espaço para que os membros da equipe aprendam a lidar com conflitos e 
apenas interferir quando "não tem solução". 
- Falta de comprometimento - Debates mascarados dificultam o comprometimento 
assertivo, porque ninguém se envolve com a decisão. O líder precisa conduzir a 
um plano de ação, estabelecendo de forma objetiva as tarefas e prazos de cada 
um.