Consumidor - Crédito amplia poder de consumo. Mas, antes de pedir, avalie os juros
Quando o dinheiro está curto e há necessidade de comprar algum bem, a saída de
muitos brasileiros é o crédito. É essa espécie de "acordo de pagamento" que dá
mais poder de compra às pessoas e, por conseqüência, aquece as vendas e a
economia no Brasil.
Contudo, é importante lembrar que esse aliado do orçamento deve ser utilizado de
maneira consciente, para que não acabe por se tornar um vilão do bolso. Seja
qual for o tipo de empréstimo utilizado, a ordem é planejar antes, para ver se a
conta caberá na sua realidade.
Tipos
Existem vários tipos de crédito. E, assim como se concede dinheiro ao
consumidor, é necessário cobrar juros para que, em caso de calote, a
empresa/banco/financeira não fique com seu próprio orçamento desequilibrado:
- Cartão de crédito: não existe um indicador oficial a respeito da
inadimplência no cartão de crédito. Contudo, sabe-se que o risco do cliente
não pagar a conta é alto. Exatamente por conta disso, os juros desse meio de
pagamento são altos em caso de atraso, ficando em cerca de 10% ao mês;
- Crédito imobiliário: ter o dinheiro na mão para comprar uma casa não é
realidade para muitos brasileiros. Portanto, a saída é ir até um banco e
pleitear crédito imobiliário. Os juros anuais são mais baixos. Para se ter
uma idéia, recentemente foi anunciado que o empréstimo destinado a família
com renda entre R$ 3,9 e R$ 4,9 mil cairia para 8,66% ao ano, mais a
variação da Taxa Referencial do período. E uma das respostas para taxas tão
baixas, diante de outras do mercado é o fato de que, em caso de não
pagamento das parcelas, o banco consegue, sem muita dificuldade, tirar o
imóvel da pessoa;
- Financiamento do carro: assim como ocorre no caso dos imóveis, a taxa de
juro para financiar um carro é menor do que as demais do mercado, na casa de
1,99% ao mês. E o motivo principal é o mesmo: o banco, financeira ou
concessionária pode confiscar o bem, se não receber o pagamento;
- Cheque especial: não é muito incomum a necessidade de utilizar o cheque
especial como forma de complemento de renda. A prática - nada recomendada
por especialistas - custa caro. O último levantamento da Fundação Procon de
São Paulo mostrou que a taxa é, na média, de 8,29% ao mês. No ano, isso dá
160%. Mais do que o dobro do valor utilizado;
- Empréstimo pessoal: pedir um empréstimo pessoal ao banco custa 5,37% ao
mês. Anualizados, os juros são de 87,33%.
Pare e pense
Diante dessas informações, pare e pense antes de utilizar o crédito. O cartão de
crédito é uma ótima ferramenta, mas cuidado com a conta! Não gaste mais do que
você pode, faça as contas e estabeleça limites.
O indicado é que o empréstimo pessoal só seja solicitado se for para quitar uma
outra dívida que tenha juros maiores, como as de cheque especial e de cartão de
crédito, e quando não houver dinheiro para pagar a fatura.
Para compra da casa, lembre-se que o valor da parcela não deve ultrapassar 30%
do orçamento. Assim, a incapacidade de pagamento é mais difícil de ocorrer. O
mesmo vale para a parcela do carro: ponha todas as suas contas na ponta do lápis
e analise se cabem no orçamento ou não. Dessa maneira, fica mais fácil manter as
contas em dia.
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