Carreira / Emprego - Por que existe um abismo entre o "saber" e o "fazer" dentro das empresas?
Não é preciso ser nenhum gênio para ter noção de que "saber sem fazer não nos
traz benefício algum". Mas, de acordo com o professor da Universidade de
Stanford (EUA), Jeffrey Pfeffer, isso acontece com frequência nas empresas de
todo o mundo.
Um exemplo dado por ele é de que todos sabem que é importante manter os
colaboradores motivados para que produzam mais, principalmente em momentos de
crise. Mas o que as empresas estão fazendo nessa crise é demitir, e ainda em
"conta-gotas", o que ocasiona descontentamento por parte dos demais
profissionais, que passam a pensar: será que serei o próximo? Aí está uma
diferença entre saber e fazer, que tanto prejudica as empresas.
Saber e fazer
De acordo com Pfeffer, medir o descompasso entre o "saber e fazer" é importante
para avaliar a intensidade do problema que a empresa enfrenta e para acompanhar
atentamente o progresso alcançado por sua resolução. Além disso, é uma maneira
útil de avaliar a eficácia do aprendizado, treinamento e esforço para mudar a
organização.
Para colocar em prática o que se sabe, o professor aconselhou que as lideranças
elaborem uma lista de práticas e ações gerenciais; peçam às pessoas que digam em
que medida elas acham que cada uma dessas práticas e ações relacionam-se com o
desempenho organizacional; e peçam às pessoas que digam em que medida elas acham
que essas práticas e ações estão sendo postas em prática.
Confira abaixo outras orientações dadas pelo professor, para medir o descompasso
entre o saber e fazer:
- Existe algum acordo sobre o que produz sucesso na sua organização? Se
não houver, esforce-se para criar um entendimento comum do negócio e da sua
estratégia.
- Existe sequer acordo sobre o que a empresa faz?
- A empresa está fazendo o que sabe que deveria fazer? Se não estiver, por
que não?
Causas do descompasso
Pfeffer apontou, dentre os motivos do descompasso do saber e fazer, o excesso de
palestras, apresentações, reuniões, em vez da ação. Além disso, ele citou
lembranças, precedentes, procedimentos operacionais padrão e valores e crenças
culturais aceitos sem questionamento, em vez de ideias e reflexões.
O professor de Stanford disse ainda que o medo impede que se aja com base no que
se sabe. "Na verdade, o medo impede o aprendizado e a tomada de qualquer tipo de
medida".
Outro ponto bastante importante é a competição interna: "transforma amigos em
inimigos, prejudicando o compartilhamento de conhecimentos, a cooperação e o
aprendizado, e rompendo as redes sociais necessárias para a inovação".
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Flávia Furlan Nunes
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