Investir e multiplicar o patrimônio ao longo do tempo não requer nenhum
conhecimento de mágica. A afirmação soa absurda, mas serve de justificativa por
parte de milhões de brasileiros. Ou o retorno “demora demais” ou quem “ganha
dinheiro pra valer” é especialista (para não dizer mágico). Quanta besteira.
Investir é para todo mundo, para pouco ou para muito dinheiro.
Diante de um universo financeiro moderno, fica difícil escolher uma ou outra
alternativa, é verdade. Ótimo! Perceba que deixar de escolher - porque são
muitas as oportunidades - também é uma escolha. Significa escolher não fazer
nada! Portanto, antes de ler as dicas que mudaram minha vida de investidor,
aceite que a mudança mais importante deve partir do seu atual comportamento.
É sempre muito difícil aconselhar, pois palavras e dicas de comportamento
soam como cômodas saídas para problemas nem sempre triviais. Mais interessante é
compartilhar experiências de vida, meu principal objetivo com este artigo. Ficam
registradas aqui as sete atitudes sobre investimentos
responsáveis pelo meu saudável quadro financeiro atual:
1. Tenho objetivos e metas bem definidos. Em outras
palavras, sei exatamente a razão de estar poupando e investindo parte de minhas
receitas. Investimento em educação continuada, capitalização para um negócio
próprio e o montante para a aposentadoria são alguns exemplos de meus objetivos.
Dica: você precisa ter razões fortes para poupar e multiplicar
seu patrimônio, definindo metas de curto, médio e longo prazo. Tomar qualquer
caminho pode ser perigoso e ineficaz quando se sabe onde quer chegar.
2. Só invisto naquilo que compreendo. Acostumar-se com os
jargões técnicos e ler material especializado foi um pouco complicado no início,
mas o gosto pela transformação resultante do esforço muito me motivaram. Hoje
procuro ler muito sobre o mercado, as alternativas existentes nos bancos e
produtos financeiros em geral. Hoje trabalho na área.
Dica: invista em conhecimento. Só invista seu dinheiro depois
de conhecer bem a opção desejada, sabendo porque tudo pode dar certo, mas também
quais os riscos que você corre ou poderá correr.
3. Descobri e trabalhei meu grau de aversão ao risco. Depois
de definir objetivos, passei a querer maiores rentabilidades e, assim, tive que
encarar o risco. Hoje, sei quanto posso destinar às aplicações mais arriscadas
(mercado de ações, por exemplo) e como esse capital será usado no futuro.
Aceitei o risco como parte necessária de meu futuro financeiro e hoje nossa
relação é bem produtiva. Perco sempre, mas perco pouco, evitando grandes perdas.
Ganho também, claro, e o saldo final é sempre positivo.
4. Faço mais pelos outros. Aprendi que investir tempo nas
pessoas transforma nossos relacionamentos e cria uma rede incrível de contatos,
capaz de gerar inúmeras oportunidades de amizade, aprendizado e trabalho. Assim,
o importante não é apenas doar seu tempo e dedicar-se às causa voluntárias e(ou)
sem retorno imediato, mas fazê-lo com determinação e humildade. É simples:
criando oportunidades para os outros você cria novas oportunidades para si
próprio.
5. Analiso e questiono minhas finanças todo semestre. Optei
por avaliar periodicamente minhas aplicações, investimentos e decisões
financeiras. Depois desta análise sou capaz de responder às seguintes questões:
- Será que meus objetivos e metas serão alcançados com a atual gestão
financeira que pratico?
- Há necessidade de alterar, encerrar ou iniciar algum investimento?
- Como estão evoluindo os gastos mensais fixos e esporádicos?
- O potencial de poupança e investimentos pode ser revisto para cima?
6. Encontrar o momento ideal para entrar no mercado nunca foi uma
prioridade. Sempre preferi investir nas melhores empresas, não nas
melhores horas. Valorizo a administração sustentável, a capacidade operacional
da companhia, seus indicadores de desempenho e sua performance dentro do setor.
Se vejo futuro na empresa, me torno um acionista.
Dica: invista no mercado de ações pensando no longo prazo.
Assim, prefira gastar mais tempo conhecendo a empresa e seu setor que procurando
a melhor hora para entrar.
7. Aprendi matemática financeira. Sempre gostei de fazer
bons negócios e isso implicava conhecer melhor termos e fórmulas de juros, juros
compostos, capitalização, tributação etc. Com esse conhecimento, ficou mais
fácil compreender compras complexas e contratos repletos de números.
Dica: você não precisa se transformar em um especialista, mas
noções básicas de finanças e matemática financeira permitirão que seu
planejamento seja mais realista, mais numérico.
Algumas ações são, claramente, reflexos de uma mudança séria de
comportamento. Mais, são fruto do exercício da disciplina, uma qualidade
imprescindível para os que desejam construir um bom patrimônio ao longo dos
anos. Hoje trabalho com o assunto e sou profissional das finanças pessoais. Meu
maior investimento, portanto, sempre foi em formação.
O principal obstáculo de nosso sucesso financeiro é, quase sempre, a ausência
de força de vontade e compromisso com o dinheiro e suas variáveis. Isso,
felizmente, só depende de esforço pessoal. Funcionou para mim. Que tal começar?