Seguros - Apólice 40% mais barata? Cuidado com associações que prometem a venda de seguros
Conseguir uma apólice de seguro por um preço 40% menor do que o das
oferecidas no mercado convencional, sem haver qualquer interferência no seu
perfil ou em outros detalhes que definem o valor do prêmio, parece até sonho. E
de acordo com o Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo de
São Paulo (Sincor-SP), e da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) -
antiga Fenaseg -, é mesmo.
Mais conhecida como associações de seguro, a prática corresponde à união entre
pessoas para a criação de um fundo com caráter de seguro. Todos os meses, os
participantes dessa espécie de cooperativa pagam o valor referente à mensalidade
da proteção. Quando ocorre algum sinistro (necessidade de indenização), o
dinheiro guardado serve como fundo.
Sem garantia
"Não existe garantia de que o consumidor estará protegido nesse caso e receberá
o dinheiro", explicou o presidente do Sincor-SP, Leôncio de Arruda. "É o mesmo
que dar dinheiro na mão de uma pessoa", adicionou.
Tanto o sindicato quanto a Fenseg afirmaram que a prática é ilegal, uma vez que
para uma seguradora operar, precisa ter autorização da Superintendência de
Seguros Privados, capacidade de assumir os riscos - garantida por meio de
capital mínimo e das reservas técnicas -, além de ser fiscalizada regularmente
pela superintendência.
Denúncias
"Todos os produtos oferecidos no mercado precisam sem encaminhados à Susep para
aprovação", relembrou o diretor da Fenseg, Neival de Freitas. "Caso contrário
não há proteção nenhuma ao consumidor", concluiu.
Conforme Arruda, o Sincor-SP tem conhecimento da prática há cerca de um ano.
Desde então, já foram denunciadas cerca de 20 associações do tipo à Susep. "É
mais comum no ramo de transportes", explicou. Apesar de ser procurada durante
vários dias, a superintendência não respondeu se considera a prática legal ou
ilegal.
Garantindo a segurança
Para ter segurança na hora de contratar uma apólice, o sindicalista dá algumas
orientações ao consumidor.
"Procure um corretor para ver se o seguro está bem feito, veja a melhor proposta
do mercado, confira a garantia de sinistros e procure empresas que trabalhem com
transparência, pagando impostos."
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