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Taxas / Índices - Entenda os famosos Selic e CDI 

Data: 30/05/2007

 
 

Um fundo DI acompanha a rentabilidade do CDI, certo? Entretanto, ao analisar a carteira de um destes fundos, o que se encontra, muitas vezes, são títulos públicos federais. Os títulos, por sua vez, costumam ter como indexador a Selic diária, que é diferente da Selic meta. Confuso? Nem tanto, se entendermos o significado destes termos.

A taxa básica de juros da economia brasileira, definida nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), é conhecida como Selic meta. Nos encontros mensais, os membros do Copom discutem uma série de fatores que afetam a economia, a fim de estabelecer qual será a taxa básica daquele período.

"Eles examinam expectativas de inflação, taxas de juros dos países desenvolvidos, preços do petróleo, entre outras variáveis, e definem uma taxa de juros, com o objetivo de cumprir a meta de inflação para o ano", ensina o professor de mercados financeiros do Ibmec, Ricardo Humberto Rocha.

Na reunião de fevereiro, o Copom optou por manter a Selic em 16,5% ao ano, com o objetivo de evitar que a inflação de 2004 ultrapasse a meta de 5,5%. "A taxa estabelecida pelo Comitê, porém, é uma meta, um alvo. No dia-a-dia, a Selic costuma ser um pouco maior ou menor do que a definida na reunião", explica César Castanhar, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas.

A Selic diária, portanto, é um pouco diferente dos juros estabelecidos pelo Copom. Divulgada pelo próprio Banco Central (BC), ela é uma taxa média das operações com títulos públicos no dia. Estas negociações são registradas no Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que dá origem ao nome da taxa.

Um dos fatores que pode influenciar a taxa diária é a liquidez do mercado. Quanto mais dinheiro há em circulação, maior a procura por títulos públicos federais e, portanto, menor a taxa oferecida pelo BC. Em 18 de fevereiro, por exemplo, a Selic meta era 16,5%, já a Selic do dia era 16,33% ao ano.

"Se a taxa diária começar a escapar muito da meta estabelecida pelo Copom, o BC vai atuar no mercado e tentar trazê-la de volta", afirma Ricardo Humberto Rocha.

Selic e CDI: taxas próximas

Os movimentos da Selic interferem nas mais diversas aplicações. Alguns dos investimentos mais populares, como os fundos DI, têm como referência ( benchmark ) o CDI (Certificados de Depósito Interfinanceiro), que, por sua vez, tende a acompanhar a taxa básica de juros.

"O CDI é o instrumento com que as tesourarias dos bancos negociam recursos de curto prazo", define César Castanhar. "Mas funciona também como indexador. A média das taxas negociadas entre os bancos é calculada diariamente e usada como referência para aplicações financeiras", completa o professor.

As taxas Selic e do CDI tendem a ser muito próximas. Por isso, um fundo DI ou de renda fixa, que tem como objetivo acompanhar o CDI, costuma ter títulos públicos federais indexados à taxa básica de juros em suas carteiras.

"O CDI é como se fosse uma taxa espelho da Selic, mas, enquanto um é estabelecido pelas negociações entre os bancos, a outra é definida pelas operações com títulos do governo", conclui o professor Ricardo Humberto Rocha



 
Referência: Guia de Investimento
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